O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que mede a atividade industrial do Brasil subiu de 52,1 em maio para 52,5 em junho. Taxas acima de 50,0 pontos indicam expansão da atividade.
Conforme informou a S&P global, a elevação nesta leitura refletiu o aumento mais acelerado na produção e nos estoques de insumos. O mês de junho também foi marcado, por outro lado, pelo nível mais alto dos preços no setor industrial em dois anos, segundo a S&P.
"O real brasileiro registrou a maior desvalorização em relação ao dólar americano em dois anos (em 21 de junho), um fator chave que contribuiu para aumentar as pressões sobre os preços no setor industrial. A pesquisa PMI mostrou que a inflação dos custos, que atingiu o nível mais alto desde meados de 2022, restringiu o crescimento das vendas e da produção em junho", detalhou a diretora associada de Economia da S&P, Pollyanna Lima.
Segundo ela, as empresas procuraram proteger as margens aumentando consideravelmente os preços de venda e tentaram conter as despesas restringindo as compras de insumo e a criação de empregos. "Embora a depreciação da taxa de câmbio pudesse ter impulsionado as exportações, o aumento nos preços parece ter enfraquecido a competitividade internacional. Os pedidos do exterior ainda aumentaram, mas apenas marginalmente", pontua Lima.
Pelo lado positivo, a diretora cita que, mesmo com fatores adversos, a criação de emprego seguiu crescendo a uma taxa "substancial", corroborando os dados oficiais do mercado de trabalho. "A confiança nos negócios também aumentou em junho, o que poderia estimular investimentos e o crescimento econômico geral nos próximos meses", acrescenta.