O Índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Brasil subiu para 54,4 pontos em setembro, após 53,6 em agosto, segundo a IHS Markit. O setor se beneficiou da demanda em alta e das iniciativas de aumento dos estoques. Este é o 16º mês consecutivo em que o indicador fica acima do nível neutro, de 50 pontos.
De acordo com a IHS Markit, as empresas compraram materiais adicionais para, além da recomposição dos estoques de insumos, eliminar pedidos em atraso e aumentar os volumes de produção. Como resultado, o índice de produção teve avanço significativo, bem acima da média de longo prazo, e o indicador de emprego seguiu em recuperação. Os problemas de suprimentos, por outro lado, persistiram, com base em uma sinalização de deterioração no desempenho dos fornecedores e em um aumento substancial nos custos de insumos.
"As empresas estão planejando com antecedência e tentando garantir que tenham níveis suficientes de estoque para atender às vendas futuras e aos cronogramas de produção planejados", afirma em nota a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna de Lima. "Os prazos de entrega continuaram aumentando, mas ao menor ritmo em cerca de um ano e meio."
Os aumentos foram substanciais nos estoques de pré e pós-produção, com taxas acumuladas chegando ao segundo maior patamar da série histórica. Os níveis de compra de insumos aumentaram, com aceleração ante agosto.
A partir da demanda crescente e do atendimento aos pedidos, as vendas cresceram em ritmo sólido, acima da média de longo prazo da série. O índice de novos pedidos para exportação, por sua vez, apresentou contração maior que a de agosto. "A redução na disponibilidade de remessa prejudicou a demanda externa por produtos brasileiros", explica Lima.
No horizonte dos próximos 12 meses, as empresas esperam aumento da produção, com otimismo sustentado por investimento planejado em capacidade, nos departamentos de marketing e vendas e na diversificação de produtos. A demanda favorável e a perspectiva de crescimento levaram o índice de emprego à sexta alta consecutiva, com o ritmo mais elevado em três meses.
Os participantes da pesquisa continuaram relatando prazos de entrega mais longos dos insumos, devido à escassez de matéria-prima, aos problemas nas empresas de logística global e à disponibilidade limitada de remessa para importação.
Com a demanda por insumos superando a oferta, os preços das matérias-primas aumentaram mais uma vez, o que causou repasse nas vendas. As taxas de custos de insumos e inflação da produção, porém, apresentaram o nível mais baixo em 14 meses.