O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) que mede a atividade industrial do Brasil subiu de 53,6 em março para 55,9 em abril. É o maior nível para o índice desde julho de 2021, conforme indicou a S&P, em nota. O movimento foi puxado por pelo aumento do volume de novos negócios, o que estimulou o volume de produção e a criação de empregos, avalia a agência.
"Os dados mais recentes do PMI continuaram transmitindo uma mensagem positiva sobre a saúde do setor industrial do Brasil", escreveu a diretora associada de Economia da S&P, Pollyanna Lima. "A recuperação da produção foi a melhor observada desde o final de 2020. Até mesmo as exportações aumentaram em abril, depois de caírem mensalmente por mais de dois anos, devido aos ganhos da Ásia, Europa, América Latina e Estados Unidos", destacou.
Pollyanna Lima ressalta, porém, que, embora os produtores de bens tenham intensificado as contratações, os resultados de abril continuaram apontando para um certo grau de excedente de capacidade nas empresas. "O que parece estar apoiando a criação de empregos é a confiança nas perspectivas das carteiras de pedidos e da produção", afirma.
A S&P destaca ainda que, nesta leitura, a taxa de inflação dos preços relacionados à produção teve a maior alta dos últimos 20 meses, uma vez que as condições favoráveis da demanda facilitaram o repasse dos custos mais altos aos clientes.
Entre os participantes da pesquisa, os fabricantes mencionaram, para explicar o aumento nos custos gerais, a elevação dos custos de commodities e de transporte, além de escassez de alguns insumos e quebra de safra.
"Apesar de o PMI mostrar uma intensificação da inflação dos custos de insumos e dos preços de produção, esperamos que o banco central continue reduzindo a taxa básica – embora em um ritmo mais lento – em meio a uma postura monetária ainda restritiva", salientou Pollyanna Lima.