O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria de transformação brasileira subiu para 58,2 em julho, informou nesta segunda-feira, 3, a IHS Markit. É o maior nível da série histórica do indicador, iniciada em fevereiro de 2006.
O resultado ficou quase seis pontos acima do nível de junho, quando havia atingido 51,6, na série com ajuste sazonal. Quando acima da marca de 50 pontos, o PMI indica melhora nas estimativas em relação ao mês anterior.
"Uma expansão recorde da economia industrial brasileira em julho ajudou bastante a fechar a brecha considerável que surgiu na produção, quando comparada com os níveis observados antes da intensificação da covid-19. As tendências positivas para os volumes de produção e de novos pedidos também estão ajudando a intensificar o grau de otimismo em relação ao futuro, com mais de 80% dos entrevistados prevendo um crescimento sustentado durante os próximos meses", disse, em nota, o diretor de Economia da IHS Markit, Paul Smith.
Em julho, os entrevistados relataram forte aumento na demanda interna, que levou ao segundo mais forte crescimento de novos pedidos da série, atrás apenas de janeiro de 2010. Os entrevistados citaram a abertura da economia como principal fator de sustentação deste crescimento.
O nível de emprego também cresceu pela primeira vez em cinco meses a um ritmo sólido, pela necessidade de elevar a capacidade de produção. Nos preços, a inflação também acelerou em julho, pelo aumento de preços de metais, taxas cambiais desfavoráveis e aumento de custos com fornecedores, devido à escassez de estoques.
"As pressões sobre os preços continuam a ser uma preocupação, com aumentos recordes nos custos de insumos tendo um impacto desfavorável na lucratividade – apesar de as empresas, por sua vez, aumentarem seus preços cobrados a um ritmo considerável", completa Smith.