Os quatro policiais militares suspeitos de executar um jovem de 16 anos, em março do ano passado durante operação realizada no Parque Santos Dumont, foram presos pela corregedoria da corporação no dia de ontem. O Ministério Público (MP) de Guarulhos já havia decretado a prisão dos envolvidos na noite da última terça-feira. No entanto, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) não confirmou a informação. Os policiais haviam sido presos na época do acontecimento, porém foram soltos após a apresentação de um depoimento de Eliana Cristina da Silva, mãe da vítima, que os isentava. De acordo com o inquérito policial militar, a mãe do jovem prestou o depoimento no batalhão no dia seguinte, após encontrar o corpo do filho em um matagal, onde afirmou que ele havia sido abordado pelos policiais e liberado em seguida.
No entanto, Eliana informou que não foi ao quartel e não assinou nenhum documento. A fraude do depoimento foi comprovada, nesta semana, após a constatação realizada pela Polícia Criminalística, através de um exame grafotécnico, onde foi comprovada que a assinatura no depoimento foi falsificada.
Baseado nisso, o MP denunciou, no início da semana, o ex-comandante do batalhão, tenente-coronel Antonio Belucci, por utilizar o falso depoimento da mãe da vítima para pedir o habeas corpus dos policiais.
Thiago Júnior da Silva sumiu após a operação policial realizada pelo 31º Batalhão. O corpo do jovem foi encontrado no dia seguinte por sua mãe com características de tiro disparado à queima roupa.
Em abril deste ano, o Setor de Homicídios de Guarulhos encerrou as investigações do caso concluindo que os responsáveis foram os soldados Fábio Henrique da Silva, Ednaldo Alves da Silva, Edilson Luís de Oliveira e Paulo Hernandes Bastos.
De acordo com o promotor do MP, Marcelo de Oliveira, Thiago foi morto pelos policiais após abordagem por suspeita de venda de drogas.