A Polícia Civil de São Paulo indiciou e pediu a prisão preventiva de Hércules Cordeiro Torres por tentativa de extorsão ao governador do Estado João Doria (PSDB). O relatório final do inquérito indica que Hércules tentou "de maneira sórdida" tirar R$ 5 milhões do chefe do Executivo paulista.
Segundo o documento, Hércules tentou extorquir Doria por meio de mensagens de texto enviadas por uma conta no Instagram – @opdoriajr – e depois insistiu enviando áudios. Perícia realizada no celular do indiciado apontou a existência das gravações no aparelho.
As mensagens encaminhadas à primeira-dama de São Paulo, Bia Doria, diziam que o assassinato do governador teria sido encomendado por R$ 3 milhões e cobrava, para que não houvesse a execução, R$ 5 milhões.
A Polícia considerou que há "robustos indícios de autoria, inclusive (e principalmente), confissão do indiciado". "Não convence a versão de que queria apenas assustar as vítimas", registrou o delegado ao indiciar Hércules Torres.
O relatório final do inquérito cita ainda a prisão temporária de Torres, no dia 15 de maio, em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Ele foi alvo de mandado de prisão no âmbito de investigação da Polícia Civil da Paraíba sobre tentativa de extorsão do ex-governador Ricardo Coutinho. Em tal caso, a extorsão se baseava em ameaças de morte ao filho do ex-governador caso não fosse paga a quantia de R$ 3 milhões.
À época, os investigadores apontaram que o celular de Hércules Torres foi utilizado para a prática do crime. Ele e sua namorada prestaram depoimento. Torres negou os delitos.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, "ponto fulcral" da investigação foi identificar que a namorada de Hércules Torres utilizava o sinal de internet de sua vizinha, sendo que um dos pontos de acesso da conta que enviou as ameaças a Bia Doria foi justamente tal rede.
<b>Defesa</b>
A reportagem busca contato com o indiciado. O espaço está aberto para manifestações.