A Polônia registrou protestos contra o governo desencadeados pelo endurecimento da rígida lei de aborto do país pelo 11º dia seguido. Pessoas em muitas cidades desafiaram a restrição a reuniões públicas para mais de cinco pessoas. Marchas, algumas delas realizadas em silêncio, foram organizadas neste domingo em Szczecin, Wroclaw, Cracóvia, Lodz, mas não na capital polonesa, Varsóvia, onde cerca de 100 mil protestaram na sexta-feira.
Alguns manifestantes carregavam crisântemos e velas memoriais como lembretes de que hoje é o Dia de Todos os Santos, feriado nacional. Os poloneses não conseguiram visitar túmulos de seus entes queridos porque o governo decidiu fechar todas os cemitérios devido à rápida propagação do novo coronavírus.
Milhares de poloneses, principalmente jovens, protestam diariamente
contra o governo de direita e o partido governista Lei e Justiça desde que o tribunal constitucional do país decidiu, em 22 de outubro, anular uma disposição de Lei de aborto da Polônia que permitia aborto de fetos com defeitos congênitos.
Eles têm clamado pela renúncia do governo, que está no poder desde 2015. Os movimentos do governo para controlar o sistema judicial, uma nova lei de direitos dos animais e observações contra direitos LGBT por parte de autoridades polonesas já haviam criado divisões políticas e provocado protestos antes da decisão sobre aborto.
Mais protestos, liderados por ativistas dos direitos das mulheres, estão planejados para a próxima semana. Fonte: Associated Press.