O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a instituição monitora a volatilidade nos mercados, que pode ser ampliada pelo debate eleitoral, e garantiu que a autarquia está preparada para intervir no câmbio sempre que necessário. "A polarização de eleição já afeta um pouco volatilidade de câmbio. Estamos preparados para agir com qualquer volume de intervenção que seja necessário, mas não achamos que volumes preestabelecidos de intervenção no câmbio são uma boa solução", afirmou, em participação na Conferência Anual Latino-Americana do Santander.
E acrescentou: "Tendemos a comparar com as últimas eleições, quando o debate começou no centro e aos poucos foi se polarizando. Agora temos uma situação muito polarizada com alguns candidatos sinalizando que podem caminhar para o centro."
<b>Endividamento</b>
O presidente do Banco Central disse também que as pessoas, empresas e governos saíram da pandemia mais endividados, mas lembrou que ainda não há um problema de inadimplência no Brasil. "O aumento endividamento das famílias nos últimos meses é bem focado em setor imobiliário. Não estou extremamente preocupado do ponto de vista sistêmico, mas há sim uma preocupação", afirmou.
<b>EUA</b>
Campos Neto disse ainda que as condições financeiras nos Estados Unidos ainda são muito mais relaxadas do que as de outros países. "Com uma inflação em torno de 7% nos EUA, os mercados estão revendo suas condições financeiras, mas estão reagindo bem a essa reprecificação nos Estados Unidos", afirmou. "As ações em países desenvolvidos estão indo muito bem, com empresas de software indo melhor", destacou.