Alvo de denúncias por crimes sexuais, lesão corporal, tortura e cárcere privado, o empresário Thiago Brennand Fernandes Vieira, de 42 anos, entrou na mira da Polícia Civil de São Paulo por suposta denunciação caluniosa. Dois inquéritos foram abertos pela corporação após o empresário alegar ser vítima de crimes contra a honra atribuídos a uma mulher que ele teria abordado pelo Whatsapp e seu noivo. Ela sustenta ser perseguida por Brennand desde maio.
Uma das investigações foi aberta no dia 22, pela 2ª Delegacia da Mulher, após a mulher acusada por Brennand registrar um boletim de ocorrência reiterando um primeiro registro sobre o caso, feito em 24 de maio. Já a segunda apuração foi instaurada pela 2ª Delegacia Seccional de São Paulo, após o Ministério Público de São Paulo promover o arquivamento do inquérito sobre suposto crime contra honra do empresário.
O caso tem como ponto de partida um diálogo mantido no dia 24 de maio entre Brennand e uma mulher que frequentava a mesma academia que ele. Por Whatsapp, o acusado perguntou se a moça tinha compromisso por alguém, recebendo a resposta de que ela era noiva. Em seguida, a moça parou de responder.
Segundo o Ministério Público, Brennand insistiu, mandando outras mensagens e inclusive cobrando uma resposta. Também questionou a mulher: "De mais a mais, outra coisa me causou espécie: teu fiancé não iria ficar muito p*** com esse contato não?…". Em seguida, supostamente o noivo da moça teria respondido: "E aí c****? Que p**** é essa? Vai dar em cima de mulher de outro? Tá louco? Não tem medo de apanhar não?"
A partir de então teve início uma discussão. Brennand chegou a argumentar que a mulher por ele abordada teria cometido crime contra sua honra ao afirmar: "Isso sim é a cara do Brasil. Dar em cima de mulher comprometida. Muito feio". Antes de a moça enviar a declaração, Brennand havia lhe mandado uma outra mensagem, que foi apagada. Em seguida, o empresário respondeu: "…Piranha mentirosa! Abs."
A defesa da mulher diz que o diálogo no Whatsapp contém ofensas reciprocas e sustenta que o boletim de ocorrência registrado pelo empresário foi uma reação ao primeiro registro feito sobre o caso, por sua cliente. A moça lavrou um B.O. eletrônico no mesmo dia da discussão. As informações constam de relatório da Polícia Civil.
No dia 17 de outubro, a mulher acusada por Brennand informou à Polícia que desde que bloqueou o empresário no Whatsapp, vem sendo perseguida por ele por outros meios, como pelo sistema de mensagens do Iphone e o aparelho celular de seu filho. A moça foi ouvida pelo Ministério Público, que determinou a lavratura de um novo boletim de ocorrência, com a abertura de um inquérito autônomo sobre suposta denunciação caluniosa e perseguição.
Ao defender o arquivamento da apuração sobre suposto crime contra a honra de Brennand, a Promotoria destacou que o inquérito foi aberto com base em prova maculada, uma vez que o empresário apagou parte da conversa e não foi realizada perícia ou feito questionamento sobre a exclusão.
De outro lado, o MP considerou que o fato de Brennand ter apagado frase escrita logo antes da única frase que supostamente lhe maculou sua imagem, traz indícios suficientes de eventual crime de denunciação caluniosa a ser investigado .
"Em suma, se de antemão vemos que eventual ação a ser proposta estará fadada ao insucesso, seja por atipicidade, seja pela ausência de provas da materialidade que deveriam e não foram produzidas sem justificativa sobre a sua impossibilidade no momento oportuno, e não há como se produzir agora, ou outro motivo qualquer, não há razão para dispêndio de dinheiro público e tempo de profissionais para a realização de diligências inócuas", ressaltou o órgão ao promover o arquivamento da investigação motivada pelo B.O. de Brennand.
<b>COM A PALAVRA, A DEFESA DO EMPRESÁRIO
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A reportagem busca contato com os representantes de Thiago Brennand. O espaço está aberto para manifestações.