Policiais militares ambientais acharam um acampamento onde funcionava uma fábrica clandestina de palmito em pleno Parque Estadual Lagamar, na segunda-feira, 24, em Cananeia, no litoral sul do Estado de São Paulo. No local, foram encontrados 760 unidades de palmito in natura, que ainda seriam processadas.
Cada palmito corresponde à derrubada de uma palmeira da espécie juçara, típica da Mata Atlântica e ameaçada de extinção. Também foram apreendidos equipamentos e materiais que seriam utilizados para “industrializar” o palmito. As pessoas que estavam no local fugiram antes da chegada da polícia.
Foram encontrados dez feixes de palmito sob a barraca de lona montada pela quadrilha e outros quatro feixes escondidos no mato. A polícia acredita que os palmiteiros fossem avisados por um “olheiro”, espécie de sentinela mantida nas imediações, sobre a chegada dos policiais.
A palmeira juçara é considerada espécie-chave na Mata Atlântica, pois seus frutos servem de alimento a aves como o tucano, o macuco e a jacutinga – todas ameaçadas na natureza – e animais como serelepes e porcos-do-mato. Por estar em extinção, seu corte é considerado crime ambiental, agravado quando praticado em área de preservação.
Como a palmeira está praticamente extinta fora das unidades de conservação, os palmiteiros invadem as reservas florestais de Mata Atlântica para efetuar o corte. A retirada do palmito exige o corte da árvores, que não rebrota.
No dia 23 de junho, a Polícia Ambiental apreendeu 152 unidades de palmito cortados no interior do Parque Estadual da Ilha do Cardoso, também em Cananeia. Em maio, os policiais encontraram 400 palmitos cortados no interior do Parque Estadual da Serra do Mar, em Caraguatatuba, no litoral norte do Estado. Um homem foi preso.