A polícia de Hong Kong deteve nesta quinta-feira os manifestantes que se recusavam a sair de um acampamento de protesto nas proximidades do bairro financeiro da cidade, num esforço final para retomar as vias ocupadas pelos ativistas há dois meses e meio.
Os estudantes e outros ativistas protestam contra as restrições de Pequim aos candidatos para o cargo de líder de Hong Kong, cujo pleito está marcado para 2017. Os manifestantes querem que qualquer cidadão possa lançar sua candidatura, mas o governo central chinês exige que os candidatos sejam aprovados por um grupo ligado a Pequim. O movimento obteve forte apoio popular no início, mas o suporte às ocupações de rua foi diminuindo. As demonstrações de força dos também não se traduziram em concessões da parte do governo da cidade.
Muitos manifestantes obedeceram aos avisos para deixar a área de protesto, em Admiralty, mas dezenas de estudantes, deputados que defendem mais democracia e outros cidadãos, dentre eles pessoas de meia-idade e idosos, permaneciam no local na tarde desta quinta-feira (horário local). Os estudantes que estavam na frente deitaram-se no chão e fecharam os braços.
Mais cedo, funcionários públicos que portavam a ordem judicial, que permitiu a retirada dos manifestantes, removeram barricadas num dos lados do acampamento antes de os policiais entrarem e desmontarem as barracas. Eles disseram aos manifestantes que eles seria detidos se não saíssem do local.
Barracas e tendas que abrigaram os suprimentos de água outros materiais para os manifestantes se amontoavam em meio a jornais, chinelos, caixas de papelão e guarda-chuvas, que se transformaram um símbolo do movimento de protesto, depois de os estudantes terem usado o objetivo para conter spray de pimenta lançado contra eles.
Um dos líderes estudantis, Alex Chow, reuniu vários grupos quando a polícia se aproximava do acampamento para dizer que a luta não acabou e que eles encontrariam outras formas para avançar nos próximos dias.
O amplo acampamento, montado no distrito de Admiralty, nas proximidades do bairro financeiro de Hong Kong, foi o principal ponto dos manifestantes, que permaneceram no local por 75 dias.
Na medida em que a operação de limpeza do local se aproximava, os manifestantes gritavam “eu quero o sufrágio universal” lançaram pedaços de papel nos quais se lia: “nós voltaremos”.
Além dos centenas de jornalistas que estavam no local, havia também um grupo de cerca de 30 acadêmicos, que monitoravam a operação policial, integrantes do Conselho Independente de Reclamações da Polícia e membros de grupos de direitos humanos. Fonte: Associated Press.