A migração ilegal para os EUA, passando pelo México, é o alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) na manhã desta segunda-feira. A operação, batizada Terminos-México, cumpre sete mandados de busca e apreensão, três de prisão e um de prisão preventiva, em duas cidades mineiras, Engenheiro Caldas e Piedade de Caratinga, além de Guarulhos, em São Paulo.
Os mandados foram expedidos pelo juiz da 2ª Vara da Justiça Federal de Governador Valadares, que também determinou o bloqueio de valores na ordem aproximada de R$ 26 milhões. Segundo a Polícia Fedeal, os investigados são apontados como os responsáveis por promover a migração ilegal de brasileiros para os EUA com a finalidade de obter vantagem econômica.
Ainda segundo a PF, o grupo também promovia o terror, através do esquema conhecido por “cai-cai”, em que os familiares do beneficiário eram ameaçados quando não pagavam as quantias combinadas para promover a viagem ao exterior.
Até o momento já se sabe que mais de 250 brasileiros, incluindo cerca de 100 menores de idade, migraram ilegalmente com o auxílio da associação criminosa. Todos atravessaram a fronteira mexicana expostos aos riscos do deserto e das ações dos criminosos que os conduziram até o solo norte-americano.
Os envolvidos responderão pelos crimes de promoção de migração ilegal, inclusive de criança ou adolescente, e associação criminosa, podendo ser condenados a até 14 anos de reclusão.
Esquema antigo
Desde os anos 1980 sabe-se que existe um esquema de migração ilegal para os EUA, partindo, principalmente da Região Leste de Minas Gerais, sendo que Governador Valadares passou a ser rotulada como a capital da ilegalidade nesse tipo de operação.
Um grande número de valadarenses migrou para os EUA, o que fez com que surgissem, inclusive, piadas a esse respeito. Agora descobre-se que não seria apenas Governador Valadares que concentra esse tipo de criminosos.
A operação acontece também em São Paulo, na cidade de Guarulhos, uma vez que os embarques são feitos a partir do Aeroporto Internacional da cidade. De acordo com a PF, os integrantes do grupo criminoso no local serviriam de apoio para os viajantes.