Policiais da Grécia viajaram ao Rio de Janeiro para participar das investigações sobre a morte de Kyriakos Amiridis, de 59 anos, embaixador da Grécia no Brasil assassinado na última segunda-feira (26) em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). Eles chegaram no domingo (1) e nesta segunda (2) se reuniram com policiais do Rio para organizar um plano de participação em diligências.
Desde sexta-feira (31), três brasileiros estão presos pelo crime: a viúva do embaixador, Françoise de Souza Oliveira, de 40 anos; o soldado da PM e amante de Françoise Sérgio Gomes Moreira Filho, de 29 anos; e Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, de 24 anos, sobrinho do soldado.
Françoise nega participação no crime e afirma que “não pôde evitar” que ele ocorresse, mas é acusada por Melo de ter lhe oferecido recompensa de R$ 80 mil pela participação no assassinato. Por isso, é considerada pela polícia a mandante do homicídio. O amante e seu sobrinho seriam os executores.
O embaixador mantinha uma casa em Nova Iguaçu porque a família de Françoise mora na cidade. O casal havia chegado em 21 de dezembro e ficaria até o início de janeiro – ele voltaria ao trabalho no próximo dia 9.
Na noite de segunda-feira (26), o policial, que mantinha um romance com Françoise há seis meses, foi à casa de Amiridis enquanto sua mulher e a filha de 10 anos estavam em um shopping. Em depoimento à Polícia Civil no qual confessou o crime, ele contou que foi interpelar o grego sobre agressões dele à mulher. O diplomata teria sacado um revólver e os dois iniciaram uma luta corporal, disse o PM. Ele então teria asfixiado o embaixador e depois abandonou o revólver, mesmo não usado, em um lugar distante.
Responsável pela investigação, o delegado Evaristo Magalhães, da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, não acredita na motivação alegada pelo amante de Françoise. “As agressões (do embaixador à mulher), se existiram, nunca foram comunicadas à polícia”, afirma. “E um dia antes do crime, o casal se reuniu com o sobrinho do amante para convidá-lo a participar do crime e fazer a oferta da recompensa”, continua. “Nem há registro de que o embaixador tivesse uma arma, e esse revólver não foi encontrado até agora”, diz.
Sem saber que destino dar ao corpo do embaixador, o PM trafegou por 300 km com o cadáver no carro alugado pelo grego e por fim abandonou o veículo em um anel viário na saída de Nova Iguaçu. Em seguida incendiou o carro com o corpo dentro.
Dois dias depois, a mulher do embaixador foi à polícia para dizer que ele estava desaparecido. O caso foi esclarecido na sexta-feira (31), mas ainda restam detalhes. Por exemplo, ainda não foi identificada a arma usada no crime nem se sabe o que a mulher do embaixador pretendia ganhar com a morte do marido.