A Polícia Ambiental e a prefeitura de Araçatuba, no interior de São Paulo, tentam descobrir a identidade do suposto serial killer responsável pelos ataques e mortes de animais do zoológico Flávio Leite Ribeiro. Na madrugada de sexta-feira, 20, uma anta foi ferida a facadas e uma ema, esquartejada e teve as partes espalhadas pelo zoo. Desde janeiro de 2014, nove animais – três felinos (uma onça parda, um leão e uma leoa), quatro emas, um quati e um hipopótamo – morreram no zoológico, que possui cerca de 300 animais e mais ou menos 20 de grande porte.
“Estamos chocados com a brutalidade dos ataques”, afirmou o secretário do Meio Ambiente, Jorge Rozas. Segundo ele, o matador burlou a segurança, feita por uma ronda da Guarda Municipal, para entrar nas dependências do zoo e praticar os crimes. A ema teve as pernas, o pescoço e as asas cortadas e as penas ainda foram arrancadas. A anta, atingida na barriga e na boca, foi internada e passou por cirurgia no hospital veterinário da Unesp, mas está fora de perigo.
Na terça-feira passada, 21, o zoológico já tinha perdido o hipopótamo Miltão, animal símbolo do zoo e um dos mais idosos do País, com 37 anos. Ele morreu depois comer uma sacola plástica, possivelmente atirada por um visitante. “Agora, com todos esses casos, estamos levando em consideração que a morte desse animal também pode ter sido provocada pela mesma pessoa que esfaqueou a anta e a ema e jogou cães contra os animais em 2014”, disse Rozas. Segundo ele, as Polícias Ambiental e Civil estão investigando o caso para encontrar possíveis suspeitos, mas não há pistas do criminoso, que ainda deixou a faca no zoo.
Na década de 1980, o zoológico foi um dos principais do País a reproduzir e ceder felinos, especialmente leões, para diversos zoos do País, incluindo Simba Safari e do zoo do Rio de Janeiro. Filhotes de panteras negras também foram reproduzidos em cativeiros do zoo de Araçatuba e distribuídos para zoos do exterior.
Depois de passar por uma reforma no ano passado, o zoo não chama mais tanta atenção dos moradores e a prefeitura, que não pretende reforçar a segurança do local, tem planos para que o espaço seja vendido para uma empresa privada para a instalação de um parque temático. “Ainda não decidimos nada, mas um parque temático faria do local um ponto turístico e nos ajudaria a proteger os animais.