Cidades

Polícia prende motoboy que matou família no Presidente Dutra em Guarulhos

O Setor de Homicídios da Polícia Civil de Guarulhos solucionou um crime bárbaro que aconteceu no Jardim Presidente Dutra, no último final de semana e que foi descoberto nesta segunda-feira (27). Na ocorrência pai, mãe e filho foram mortos com golpes de faca dentro da residência onde moravam. O autor de crime, Diego Querino Mello, de 27 anos, era amigo da vítima e confessou ter matado família em um “momento de fúria”.

Em uma coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30), o delegado títular do Setor de Homicídios de Guarulhos, Wagner Coimbra Terribilli, explicou como as diligências foram estabelecidas para chegar até o assassino de Nelson Franco de Lima, de 60 anos, Luci Aparecida Gonçales Lima, de 57 anos, e Bruno Gonçales Lima, de 34 anos.

Segundo Terribilli, parentes e amigos da família de Diego disseram aos investigadores que há cerca de um mês, ele estaria indo àa casa das vítimas com mais frequência e em alguns dias da semana costumava até dormir no local, o que estaria tirando um pouco da privacidade dos moradores.

Diego teria estudado com Bruno no colegial. Após a conclusão dos estudos, os dois teriam perdido o contato, porém há cerca de um mês eles teriam se reencontrado, quando o motoboy passou a frequentar a casa diariamente. Por se tratar de uma família com o perfil jovial que costumava jogar videogames juntos e receber amigos, Diego acabou sendo acolhido.

A polícia se dirigiu até a casa de Diego, onde a mãe do acusado teria dito que o filho chegou em casa na sábado (24), com alguns objetos e teria dito que era de um amigo que estava se separando e não teria onde guardar. Enquanto os investigadores estavam na casa de Diego, o acusado chegou e foi entrevistado.

A princípio, ele tentou dizer que estava na cena do crime e que foi obrigado a abrir a porta, mas não conseguiu explicar como conseguiu escapar. Após algumas perguntas, Diego teria confessado o crime.

Segundo o acusado, alguns dias antes do crime ele teria oferecido um emprego para Bruno, mas o amigo teria recusado e ainda chegou a desdenhar do cargo. A principio, Nelson teria apoiado Diego.

Na sexta-feira (24) a família recebeu amigos em casa. Por volta das 19h todos foram embora, exceto Diego que permaneceu jogando videogame com Nelson, enquanto Bruno teria saído com a namorada.

Neste momento,  o assunto do emprego teria vindo à tona e Nelson teria dito a Diego que ele não teria direito de exigir que Bruno aceitasse a oferta. Durante a conversa Nelson teria provocado o acusado que usou a faca que eles estariam usando para cortar um bolo para atingir a vítima, que tentou se arrastar, mas foi levado para um banheiro pelo acusado.

Luci, que estava no quarto em outro andar da casa, foi alcançada pelo acusado. Ao questionar o que estava acontecendo, tentou pegar o celular para pedir ajuda e foi morta por Diego.

Após as duas mortes, Diego tentou forjar um latrocínio. Revirou a casa e pegou alguns objetos de valor. Com um balde contendo água e materiais de limpeza, o acusado limpou o corredor e aguardou a chegada de Bruno em um sofá com a faca na mão.

Ao chegar, Bruno se assustou com a cena e questionou o amigo sobre o que estava acontecendo. Diego então partiu para uma luta corporal com a vítima que acabou esfaqueada no mínimo 20 vezes.

Diego fugiu com o carro da família e os pertences furtados da casa. Duas mochilas contendo diversos objetos, um micro-ondas e um aparelho de som foram encontrados na casa do acusado. A faca teria sido jogada em um ponto da Rodovia Presidente Dutra.

Os investigadores contaram que Diego se mostrou uma pessoa fria e confusa. “Ele intercalava remorso e ao mesmo tempo sorria relembrando dos momentos de alegria que passou com a família”, contou Terribilli. Ele teria dito em depoimento que ao ver Bruno o teria esfaqueado pelas costas mesmo depois da vítima ter caído ao chão.

Diego morava no mesmo bairro da família e não possuía passagem pela polícia. Ele nega ser usuário de drogas. O acusado está em prisão temporária e pode pegar até 30 anos de prisão pelo triplo homicídio. Terribilli explicou que motivo fútil, meio cruel, abuso de confiança e dissimulação podem ser usados como agravantes do caso.

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