A Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil de São Paulo prendeu na madrugada desta segunda-feira, 1º, um homem suspeito de ser o mentor do sequestro de Aparecida Schunk Flosi Palmeira, de 67 anos, sogra do chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, de 85. Jorge Eurico da Silva foi o terceiro detido acusado de ter participado do crime.
Silva foi detido em flagrante por volta das 4h30 em um condomínio de luxo na Granja Vianna, em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo informações da polícia, ele é piloto de avião e já trabalhou para a família da advogada Fabiana Ecclestone, filha de Aparecida e mulher de Bernie Ecclestone. Os policiais encontraram várias ligações telefônicas de Silva aos outros dois homens presos por envolvimento no crime e dos dois a ele.
Aparecida foi capturada em casa pelos bandidos, em 22 de julho, em Interlagos, na zona sul de São Paulo. Neste domingo, policiais civis estouraram o cativeiro, que ficava em uma chácara, na Rua São Serafim, em Cotia. Dois sequestradores foram presos no local. Não houve pagamento de resgate.
Os investigadores chegaram ao lugar depois que conseguiram identificar três suspeitos de participação no crime. Foram presos, Vitor Oliveira Amorim e Davi Vicente Azevedo. Segundo o delegado Carlos Targino da Silva, titular da DAS, os detidos foram os homens que invadiram a casa da vítima.
Os sequestradores mantinham contato com família apenas por e-mail. Os bandidos exigiam € 168 milhões de resgate. Parte teria de ser paga em real (R$ 5 milhões) e outra em dólares (US$ 5 milhões). Segundo a revista Forbes, Bernie Ecclestone tem uma fortuna avaliada em US$ 3,1 bilhões, cerca de R$ 10 bilhões. Caso a família concordasse em pagar o resgate, ele seria o maior já pago na história dos sequestros no Brasil.
A ação dos bandidos começou quando dois homens invadiram a casa de Aparecida, na Rua João Teizen Sobrinho, em Interlagos, por volta das 13h30. Os bandidos tocaram o interfone e anunciaram que estavam ali para fazer a entrega de móveis que a sogra de Bernie aguardava.
De fato, Aparecida esperava receber os produtos, que seriam entregues em sua casa. Por isso, ela se adiantou às duas funcionárias da casa e foi abrir o portão. Acabou dominada pelos criminosos.
Além dela, os bandidos tiveram de conter as duas empregadas domésticas da família: Maria das Graças Gomes de Matos, de 34 anos, e Gilvaneide Rosa de Oliveira, de 36 anos. Os criminosos, então, disseram que se tratava de uma sequestro e afirmaram que a ação era uma “fita dada”. Ou seja, que alguém lhes havia passado informações detalhadas sobre a vítima.