A Polícia Civil de São Paulo passará a usar, pela primeira vez na história da corporação, armas de choque. O governo paulista anunciou nesta terça-feira, 18, a aquisição de 134 tasers (como as armas também são chamadas), que deverão estar disponíveis para os agentes e investigadores até novembro.
Diferentemente do revólver convencional, as armas de choque são consideradas de baixo potencial de letalidade e de incapacitação. O armamento funciona com o lançamento de dardos conectados a fios condutores que provocam uma descarga elétrica no atingido. O choque afeta o sistema nervoso e deixa a pessoa temporariamente incapacitada. Os novos equipamentos foram comprados da empresa Axon Enterprise, ao custo de R$ 962 mil.
A Polícia Militar do Estado já conta hoje com 7,5 mil equipamentos do tipo disponíveis para uso. Recentemente, o governo adquiriu 2,5 mil armas de incapacitação para a PM no valor R$ 19,8 milhões, também compradas na Axon Enterprise.
"Com a nova compra, o governo de São Paulo dá sequência ao processo de modernização dos armamentos das forças de segurança. Somente neste ano, houve a aquisição de mais de 1,8 mil armas para a Polícia Civil, com investimento de mais de R$ 23,3 milhões", disse o Governo de São Paulo, em nota.
As armas usadas pela PM paulista são do tipo Taser X2. A corrente elétrica do dispositivo é transmitida por pequenas sondas que podem perfurar a roupa de um suspeito a seis metros de distância. Em média, depois do contato, a emissão do pulso dura cerca de cinco segundos e a carga é de 50 mil volts, o que leva a uma contração muscular.
Mesmo sendo menos letal, especialistas alertam que as armas de choque ainda demandam um controle rigoroso sobre o seu uso, com protocolos e treinamento.
O emprego de armas de choque cresceu substancialmente em ações da Polícia Militar de São Paulo. Em 2021, os gatilhos desse tipo de armamento foram acionados 344 vezes, ante as 112 ocorrências de 2020 e as 27 de 2019.
As armas de choque não são um recurso novo para as polícias no Brasil e no exterior. O uso começou a ser ampliado ao longo dos anos 2000 e chegou com mais força ao território nacional há mais de dez anos, quando foi adotado pontualmente por alguns Estados.