Dois policiais que estavam nas proximidades do Colégio Municipal Eurides SantAnna, em Barreiras, no oeste da Bahia, foram os responsáveis por atirar contra o adolescente de 14 anos que matou uma colega cadeirante durante um ataque à instituição de ensino. O rapaz segue hospitalizado.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rivaldo Luz, os militares não são funcionários do colégio, que é cívico-militar, e estavam à paisana no momento do ataque. Os homens disseram à polícia que entraram na instituição de ensino após escutar os gritos de desespero dos alunos e o barulho dos disparos da arma de fogo utilizada pelo adolescente.
Ainda conforme o depoimento dos militares, no pátio eles avistaram o rapaz empunhando um revólver calibre 38 e mirando a arma em direção a um aluno. O armamento, que falhou durante o crime, pertencia ao pai dele, um sargento aposentado. O atirador teria ignorado o aviso dos militares para largar a arma e, em seguida, atirado contra a dupla, que revidou.
Um dos policiais é parente de um aluno matriculado no colégio. O outro mora nas imediações da escola. Eles se apresentaram à polícia. O adolescente, atingido por dois disparos, está internado no Hospital Geral do Oeste, em Barreiras.
Até quarta-feira, 28, o estado de saúde dele era considerado estável. O delegado afirma que aguarda melhora do paciente para interrogá-lo. Assim que receber alta hospitalar, o atirador será levado para Salvador, onde ficará em uma unidade destinada a jovens infratores.
<b>Atirador trocou mensagens com rapaz que invadiu escola no Espírito Santo</b>
Nesta semana, a Polícia Civil baiana recebeu dos colegas investigadores do Espírito Santo a informação de que o adolescente teria trocado mensagens com um rapaz de 18 anos que também invadiu a escola onde estudava armado com flechas e facas. A suspeita é que os dois faziam parte de um grupo online dedicado a práticas de ódio. Além disso, a investigação aponta que o jovem na Bahia via o colega capixaba como uma espécie de "guru".
A família do atirador do colégio baiano afirmou à polícia que ele passava muito tempo nas redes sociais e que não tinha controle sobre o que era acessado. Foi por meio de um perfil fake no Twitter que ele anunciou o ataque horas antes. Foi por lá também que o rapaz deixou mensagens de ódio contra seus colegas baianos. O atirador é natural do Distrito Federal e não estaria lidando bem com o fato de ter se mudado para a Bahia no início deste ano.