Estadão

Policial investigado por tragédia em festa de Halloween na Coreia é achado morto

Um policial de Seul que estava sendo investigado por destruição de provas relacionadas com a aglomeração e pisoteamento que levaram à morte de 156 pessoas durante uma festa de Halloween no fim de semana passado foi encontrado morto em sua casa.

Jeong, de 55 anos, teria telefonado para colegas de trabalho na véspera de sua morte e isso levanta a possibilidade que ele tenha cometido suicídio. No entanto, a polícia não encontrou nenhum bilhete ou carta que sugira tal hipótese.

Tanto a prefeitura local como os departamentos de polícia e bombeiros estão sendo investigados pela suspeita de não terem respondido adequadamente à tragédia. As autoridades sul-coreanas reconheceram que não houve planejamento suficiente para garantir a segurança do evento que reuniu milhares de pessoas.

A oposição acusou o governo do presidente Yoon Suk-yeol de não assumir a responsabilidade pelo desastre. Tanto o presidente Yoon quanto outros funcionários do governo, como o chefe da Polícia Nacional e o ministro do Interior, pediram desculpas.

"Como presidente responsável pela vida e segurança da população, estou profundamente triste", declarou Yoon. "Sei que nosso governo e eu (…) temos uma enorme responsabilidade de garantir que essa tragédia não aconteça novamente."

O policial Jeong havia sido suspenso no dia 9 acusado de ter ordenado que um documento fosse apagado. O informe advertia para um possível acidente no bairro de Itaewon durante os festejos anuais do Halloween.

Jeong era acusado de abuso de poder, destruição de provas e negligência profissional resultando em mortes.

<b>A tragédia</b>

Durante uma festa de Halloween no bairro de Itaewon, 156 morreram e outras 133 ficaram feridas ao serem esmagadas por uma multidão que avançava em uma rua estreita. Essa foi a maior tragédia em tempos de paz na Coreia do Sul desde que a balsa Sewol afundou em 2014, matando mais de 300 pessoas.

Na ausência de um organizador da festa em 29 de outubro, o governo não pediu que bares, boates e restaurantes, alguns localizados em vielas estreitas do bairro, apresentassem um plano de segurança.

E embora a polícia tenha estimado o comparecimento em 100 mil com antecedência, enviou apenas 137 policiais, enquanto outros 6.500 foram mobilizados em outros lugares em Seul para um protesto antigoverno muito menos lotado.

Autoridades disseram que as pessoas foram esmagadas até a morte depois que uma multidão começou a avançar em um beco estreito perto do Hamilton Hotel, um importante local de festas em Seul, por volta das 22h22 do horário local (10h22 em Brasília). "O alto número de vítimas resultou do fato de que muitos foram pisoteados durante o evento de Halloween", disse o chefe dos bombeiros. A maioria das vítimas tinha 20 anos, disseram as autoridades sem entrar em detalhes. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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