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Políticos israelenses tentam conquistar eleitores no último dia de campanha

Políticos israelenses participavam nesta segunda-feira de seus últimos compromissos de campanha, um dia antes de o país decidir se dará ou não ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu outro mandato. Pesquisas indicam uma corrida eleitoral bastante difícil.

Netanyahu fez uma parada de última hora em Jerusalém Oriental para conseguir apoio em sua base linha-dura antes das eleições parlamentares de terça-feira. Seu principal rival, Isaac Herzog, da centrista União Sionista, previu uma iminente “reviravolta” no processo eleitoral.

A eleição foi convocada por Netanyahu em dezembro, dois anos antes do fim de seu mandato, é vista como um referendo ao líder israelense, que governou o país nos últimos seis anos.

Embora Netanyahu ainda possa terminar na melhor posição para formar uma coalizão de governo, a perda de apoio abalou o Likud, que começou a campanha com a certeza de que permaneceria na liderança do país.

Nos últimos dias, a luta pelo voto se tornou mais forte. Netanyahu intensificou sua retórica nacionalista, dizendo que um governo mais pacífico seria um desastre para o país, além de reclamar de uma conspiração internacional para derrubá-lo.

O premiê, que raramente fala com meios de comunicação, tem concedido uma série de entrevistas à mídia israelense nos últimos dias. Na noite de domingo, ele falou durante um comício realizado a céu aberto do qual participaram dezenas de milhares de partidários em Tel-Aviv.

Em seu último dia de campanha, nesta segunda-feira, Netanyahu visitou Har Homa, um assentamento judaico em Jerusalém Oriental que é considerado ilegal pelos palestinos e pela comunidade internacional. Os palestinos querem Jerusalém Oriental, tomada por Israel em 1967, como a capital de seu futuro Estado.

“Vamos preservar a unidade de Jerusalém em todas as suas partes. Vamos continuar a construir e a fortificar Jerusalém de forma que esta divisão não será possível e permaneceremos unidos para sempre”, disse ele. “A vitória do Likud é a única coisa que pode garantir a continuação da liderança nacional e evitar o estabelecimento de um governo de esquerda.”

Já Herzog tem subido nas pesquisas eleitorais com uma campanha que promete reparar as ligações com os palestinos e a comunidade internacional, além de levar alívio à classe média.

Em visita à sede de seu partido, Herzog falou sobre o voto “crucial” para o país e advertiu sobre a divisão dos votos contra Netanyahu entre vários partidos de centro, incluindo o Yesh Atid, do carismático líder Yair Lapid.

“Quem quer que queira Lapid e o Yesh Atid no governo tem de votar em nós. Não há outra escolha”, disse ele. “Quem quer mudança tem de votar em nós.”

Lapid foi calorosamente recebido na cidade costeira de Netanya, onde pessoas o pararam nas ruas para fazer selfies com o candidato. Ele acusou tanto Netanyahu quanto Herzog de terem acordos com grupos de interesse específicos. Ele afirmou ser o único a abordar as verdadeiras questões que interessam à classe média israelense.

Até agora, Lapit não se comprometeu nem com Herzog nem com Netanyahu, embora seja amplamente visto como um aliado de Herzog numa futura coalizão.

Pelo sistema eleitoral de Israel, nenhum partido jamais conquistou a maioria de 120 cadeiras no Parlamento. Por isso, sempre é necessário formar uma coalizão.

Tendo em vista que nem o Likud nem a União Sionista devem conquistar mais do que um quarto dos votos, a eleição deve ser seguida por um longo período de negociações para a formação do próximo governo.

Uma pessoa influente que consiga articular a criação de um novo governo pode ser encontrada no novo partido centrista de Moshe Kahlon, que apresentou uma plataforma econômica que trata de questões do dia a dia ao mesmo tempo em que coloca os desafios diplomáticos do país em banho-maria.

Kahlon quer se tornar o ministro de Finanças do próximo governo e pode inclinar a balança em favor de Netanyahu ou de Herzog. Filho de imigrantes líbios, Kahlon é popular entre a classe trabalhadora israelense graças a seu passado ligado ao Oriente Médio, seu jeito modesto e pela reforma do mercado local de telefonia celular. Fonte: Associated Press.

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