O diretor do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) Christopher Waller afirmou que a política monetária precisará continuar apertada por um período considerável – e por mais tempo que os mercados antecipam. Waller falou que os dados do Fed de Atlanta que estimam um crescimento de 2,2% no PIB nesse primeiro trimestre significam que a política monetária e as condições de crédito mais apertadas ainda não estão ajudando muito a restringir a demanda agregada.
Os indicadores de crescimento e criação de emprego desses três primeiros meses de 2023 foram maiores do que ele projetou em 2022, disse. "Eu acolheria sinais de moderação na demanda, mas, até eles aparecerem e eu ver a inflação se movendo significativamente e persistentemente em direção à meta de 2%, acredito que ainda há trabalho a fazer", declarou Waller em discurso sobre estabilização financeira e macroeconômica na Graybar National Training Conference, no Texas, EUA.
Waller disse, no entanto, que está preparado para ajustar seu posicionamento de acordo com os dados econômicos a serem divulgados até a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, pela sigla em inglês) do Fed.
<b>Efeito do estresse bancário na atividade dos EUA</b>
O diretor do Federal Reserve afirmou ainda que não está claro até que ponto as recentes tensões bancárias irão afetar a atividade econômica dos Estados Unidos. Waller avaliou, entretanto, que as tensões bancárias deverão resultar em condições de crédito mais rígidas.
Ele ponderou, por outro lado, que condições financeiras mais rígidas provavelmente também fariam com que famílias reduzissem os gastos e as empresas cortassem investimentos e contratações, "o que ajudaria a equilibrar a oferta e a demanda e a reduzir a inflação em direção à meta de 2%".
Waller também destacou que a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), estopim das tensões bancárias, contribuiu para impedir que a taxa terminal dos Fed Funds atingisse nível mais alto.