As principais cidades do interior de São Paulo registraram aumento no número de moradores de rua nos últimos anos. Em seis cidades – Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José do Rio Preto e Santos – as prefeituras contabilizam, no total, 3 mil pessoas nas ruas, mas a quantidade pode ser maior. Entidades que atuam no setor observaram aumento na demanda por refeições e cobertores.
Cidades mais próximas da capital, como Campinas e Sorocaba, receberam moradores de rua que migraram da Grande São Paulo. O aumento maior, porém, de acordo com agentes sociais, deve-se ao movimento interno de pessoas que deixam a casa por alcoolismo e drogas, além de famílias que têm moradia, mas vão para a rua em busca de alimentação.
É o que acontece com a família do auxiliar de limpeza Sérgio Rodrigues dos Santos, de 35 anos. Ele, a mulher, Jaíne do Carmo Lima, de 23, e três filhas passam as noites sob a marquise de uma agência bancária, na Praça Coronel Fernando Prestes, em Sorocaba.
“Moramos num cômodo sem janela, sem chuveiro e com porta improvisada, na Vila Barão, mas a gente vem para o centro para não deixar as crianças com fome”, disse Jaíne. Ela conta que a situação se agravou depois que Sérgio perdeu o emprego, há oito meses.
Embora a prefeitura de Sorocaba informe que a cidade tem 300 moradores de rua, os grupos de assistência estimam o dobro. A administração municipal informou dispor de 138 vagas para a população de rua em sete entidades conveniadas, número considerado suficiente para o atendimento, já que “grande parte dessa população opta por permanecer nos espaços públicos”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.