A coalizão populista que governa a Itália decretou nesta segunda-feira, 24, uma série de mudanças que tornam as normas de imigração mais restritivas. A iniciativa foi apresentada pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema direita que divide o poder com o Movimento 5 Estrelas (M5S), antissistema. O texto adota medidas defendidas pelos ultraconservadores, como a anulação da nacionalidade italiana atribuída a imigrantes condenados por crimes.
A justificativa do governo italiano é ampliar o rigor com estrangeiros que se tornam autores de delitos e crimes. Entre outras medidas, o Ministério do Interior agora restringirá a emissão de vistos humanitários, que até aqui eram atribuídos a 25% dos imigrantes que solicitavam refúgio. Pessoas consideradas “perigosas” ou que tenham sofrido condenações judiciais em primeira instância também terão o visto negado.
O sistema de acolhimento será alterado. Os estrangeiros serão deslocados para grandes centros de acolhimento, desmontando a política de distribuição dos imigrantes pelo país. Menores desacompanhados serão a exceção.
As propostas foram defendidas por Salvini durante o Conselho de Ministros, em Roma. “Trata-se de um passo adiante para tornar a Itália mais segura”, disse Salvini. “Para combater com mais força os mafiosos, para reduzir os custos de uma imigração exagerada, para expulsar mais rapidamente os delinquentes e os falsos solicitantes de asilo, para revogar a cidadania dos terroristas, para dar mais poderes às forças da ordem.”
O texto ainda precisará passar pela aprovação do Parlamento, em até 60 dias. Como os dois partidos têm maioria no Legislativo, a homologação não deve enfrentar resistências. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.