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Por Doria, governo Alckmin substitui secretário da Cultura

O governador Geraldo Alckmin promoverá nos próximos dias a última mudança em seu secretariado para acomodar os partidos que entraram na coligação do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, João Doria.

Com passagem pela secretaria de Turismo, o presidente do PV de Mogi das Cruzes, Romildo Campello, assumirá a secretaria estadual de Cultura. Ele entra no lugar de José Roberto Sadek, mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo.

Além de Campello, o governador já nomeara o presidente estadual do PHS, Laércio Benko, no Turismo, e Ricardo Salles, do PP, no Meio Ambiente. As duas siglas também estão com Doria na disputa municipal.

Segundo o PV de São Paulo, Campello assumirá como secretário adjunto, já que teria sido feito um acordo com Alckmin para que o presidente nacional do partido, José Penna, seja o titular quando se recuperar de problemas de saúde. O Palácio dos Bandeirantes nega o acerto.

Alckmin também definiu na terça-feira, 30, o nome do economista Hélcio Tokeshi para substituir Renato Villela na Secretaria da Fazenda. O novo secretário assume o posto no dia 1º de setembro. Natural de Piracicaba, Tokeshi é formado em Economia pela USP e doutor pela Universidade Berkeley, da Califórnia.

Abuso de poder
Atualmente, o Ministério Público Eleitoral tem um procedimento instaurado para investigar a suspeita de abuso de poder político da campanha de Doria. Para o promotor José Carlos Bonilha, que conduz as investigações, a nomeação do novo secretário de Cultura repete o que ocorreu na pasta do Meio Ambiente, na qual Alckmin colocou o advogado e seu ex-secretário pessoal Ricardo Salles, do PP, no lugar da professora da USP especialista na área, Patrícia Iglecias.

“Para o Ministério Público o que está ocorrendo na Secretaria da Cultura é muito semelhante ao que já aconteceu com a Secretaria do Meio Ambiente, em que saem pessoas técnicas, vocacionadas e altamente qualificadas para as respectivas áreas e, em seus lugares, assumem pessoas filiadas a partidos políticos e que, em princípio, não estão na mesma condição de servir às secretarias, como os secretários que foram exonerados”, afirmou Bonilha, lembrando que os novos secretários são filiados a partidos que compõem a chapa de Doria.

“Os secretários que foram nomeados pertencem a partidos políticos que compõem a coligação com o PSDB e que ofereceram maior tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão”, disse.

Em outra acusação de propaganda antecipada contra a campanha de Doria, o juiz eleitoral Danilo Mansano Barioni julgou improcedente uma representação do Ministério Público Eleitoral. Para a promotoria estadual eleitoral, um jantar promovido em junho com a presença de Doria por Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil, teria sido “integralmente patrocinado” por empresa privada, sem qualquer contribuição do partido por meio de seu diretório municipal, o que constituiria propaganda antecipada. Para provar a tese, o mesmo promotor, José Carlos Bonilha, anexou um vídeo feito por um convidado com um discurso do tucano no qual ele fala sobre a candidatura e a decisão de deixar o comando do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE). Em sua decisão, o magistrado alega que Doria não extrapola “os elásticos limites” que a legislação atual estabeleceu aos candidatos.

Defesa
Em nota, a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes afirmou que não existe “qualquer relação” entre a administração pública e a lógica eleitoral. “A escolha de secretários – filiados ou não a partidos, participantes ou não de entidades de classe ou demais organizações da sociedade civil – obedece única e exclusivamente a critérios técnicos voltados ao interesse público.” A assessoria de Doria disse que a campanha não influiu na escolha dos secretários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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