Esportes

Por ida ao Rio-2016, atletas russos enviam carta a Bach pedindo apoio do COI

Vários atletas russos pediram nesta quarta-feira, por meio de uma carta enviada ao presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, apoio na luta para que possam estar presentes na Olimpíada de 2016. O documento foi enviado pela comissão de esportistas do Comitê Olímpico Russo ao dirigente apenas dois dias antes de a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) decidir se irá revogar ou não a suspensão aplicada à federação russa da modalidade, punida após a revelação de um grande escândalo de doping sistemático envolvendo uma série de competidores do país.

Independentemente da decisão que será anunciada pela IAAF, o COI já planeja realizar uma reunião na próxima terça-feira para analisar a eligibilidade de toda delegação da Rússia para a Olimpíada, pois atletas da nação de diversas outras modalidades também estão envolvidos em casos de doping, como por exemplo a tenista Maria Sharapova, que foi suspensa por dois anos e na última terça anunciou que apelará à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) para tentar reverter a punição.

A Rússia foi suspensa em novembro passado de todas as competições internacionais de atletismo, depois que um relatório da Agência Mundial Antidoping (Wada) denunciou a existência de um programa de doping generalizado, que teria, inclusive, apoio do governo russo. O país é suspeito de ter organizado este sistema antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, realizado na cidade russa de Sochi.

Na carta divulgada nesta quarta-feira, os atletas russos disseram que o veto à nação de participar dos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto, seria um castigo coletivo pelas infrações de uma minoria e causaria “um dano irreparável ao desenvolvimento do esporte na Rússia”.

Para pedir o apoio de Bach, a comissão de esportistas russos invocou até o passado como atleta do dirigente, que foi medalhista de ouro na prova de esgrima por equipes dos Jogos de Montreal, em 1976, então representando a Alemanha Ocidental.

“O senhor é um campeão olímpico e sabe exatamente os esforços titânicos que as medalhas olímpicas custam, quando sangue, suor e lágrimas são derramados para chegar ao glorioso momento em que estamos no mais alto degrau do pódio, quando o hino do nosso país está sendo interpretado”, afirma um trecho da carta, na qual depois enfatiza: “Nós apelamos ao senhor como chefe da organização que é chamada a proteger os direitos livres de doping e a fazer tudo para isso. O direito de qualquer atleta que nunca violou nenhuma das regras existentes de participar dos Jogos Olímpicos é inabalável. E nós pedimos de todo o coração o seu apoio para que este direito seja respeitado”.

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