Esportes

Por pena mais pesada, procuradores recorrerão de punição a Blatter e Platini

Já suspensos do futebol por oito anos, Joseph Blatter e Michel Platini voltam a enfrentar o risco de serem banidos por toda a vida. Os promotores do Comitê de Ética da Fifa disseram nesta terça-feira que vão apelar para aumentar as punições, argumentando que elas são demasiadas brandas.

“A câmara de investigação pretende apelar contra a decisão contra o senhor Blatter e o senhor Platini ao comitê de apelações da Fifa”, disse a promotoria em um comunicado. O recurso revive a perspectiva de banimento, que foi recomendada pelos investigadores nas audiências realizadas no mês passado.

Blatter e Platini já disseram que também vão apelar contra a suspensão por oito anos, proferida por quatro juízes, que rejeitaram acusações de suborno e corrupção. Em vez disso, eles foram punidos por violações menores ao código de ética da Fifa, incluindo aceitar ou receber presentes e conflitos de interesse.

Eles negam irregularidades em relação a aprovação por Blatter de um pagamento de US$ 2 milhões pela Fifa a Platini como salários retroativos de um acordo sem contrato.

Platini trabalhou como assessor presidencial de Blatter entre 1999 e 2002, mas não reclamou pela falta de pagamento, que só foi ocorrer oito ano depois, quando a Fifa já não era obrigado a fazê-lo, segundo as leis suíças.

O caso impediu a candidatura de Platini para suceder seu antigo mentor como presidente da Fifa na eleição marcada para 26 de fevereiro. Blatter quer limpar seu nome e liderar a eleição, como uma despedida da Fifa após mais de 40 anos atuando na entidade.

O Comité de Recursos da Fifa raramente reduz ou anula sanções impostas pelos seus comitês de ética e disciplinares. Blatter e Platini já disseram que esperam o fracasso de seus recursos, os levando a acionar a Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).

Porém, o Comitê de Apelações da Fifa já impôs um banimento após o juiz Joackim Eckert ter decidido por uma suspensão de oito anos. Isso se deu em 2013, quando o membro do Comitê Executivo da Fifa Vernon Manilal Fernando, do Sri Lanka, foi expulso por suborno após o então procurador Michael Garcia apelar do veredicto inicial.

Manilal Fernando foi julgado por ter subornado dirigentes asiáticos para votar no catariano Mohamed bin Hammam em uma eleição para o Comitê Executivo da Fifa em 2009. Derrotado naquela votação, o xeque bareinita Salman bin Ibrahim al Khalifa é agora um dos candidatos à presidência da Fifa. Posteriormente, a CAS confirmou o banimento pelo resto da vida de Manilal Fernando.

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