O empate entre Corinthians e Grêmio por 4 a 4 nesta segunda-feira, em partida atrasada da 15ª rodada do Campeonato Brasileiro, terminou com um lance polêmico de arbitragem. Já nos acréscimos da segunda etapa, Ferreira cruzou a bola na grande área, que bateu no braço do atacante corintiano Yuri Alberto, que tentava bloquear o lance.
Wilton Pereira Sampaio, árbitro da partida, não marcou nada em campo. O jogo chegou a ser paralisado para a análise do árbitro de vídeo, comandado por Emerson Ferreira de Almeida Ferreira, que acompanhou a decisão e não chamou o companheiro para a revisão na cabine do VAR. O lance gerou reclamações dos gremistas, especialmente de Renato Gaúcho, que consideraram um erro grave do juiz.
Segundo a International Football Association Board (Ifab), que regulamenta as regras do futebol, "nem todos os contatos da mão ou do braço de um jogador com a bola constituem uma infração". Para que uma falta do tipo seja marcado, a área do corpo se estende do limite superior do braço ao ponto inferior da axila. No lance em questão, a bola acerta o antebraço direito de Yuri Alberto.
Para além disso, o órgão ainda determina dois pontos que devem ser levados em consideração pelos árbitros em infrações por toque na mão ou no braço de defensores. Sendo assim, na "Lei 12 – Faltas e Conduta Imprópria" do livro de regras, são tidas como infrações lances em que: "o jogador tocar na bola com sua mão ou seu braço deliberadamente, por exemplo, deslocando a mão ou o braço na direção da bola; o jogador tocar na bola com sua mão ou seu braço quando estes ampliarem o corpo do jogador de maneira antinatural".
Considera-se que um jogador amplia seu corpo de forma antinatural quando a posição de sua mão ou seu braço não for consequência do movimento do corpo.
Essas regras entraram em vigor a partir de 2021. O lance de Yuri Alberto, caso fosse marcada uma infração, seguiria o segundo exemplo da Ifab, já que seu braço está em um movimento antinatural, para além da ação de bloqueio. Além disso, há recomendações da CBF para que desvios acidentais, por parte do defensor ou de um companheiro, antes da bola acertar o braço ou a mão sejam considerados para que não seja assinalada a infração.
No VAR, em casos de infração por mão na bola, os árbitros buscam o ponto de contato, podendo se utilizar do recurso da câmera lenta. Se o corpo entender que há um "erro claro e manifesto", conforme o próprio livro de regras especifica, recomenda a revisão do lance na cabine, ao lado do campo, o que não ocorreu na partida entre Corinthians e Grêmio.
Segundo apurou o <b>Estadão</b>, a CBF e a comissão de arbitragem, presidida pelo ex-árbitro Wilson Seneme, lançarão um posicionamento ainda nesta terça-feira. Desde a implementação do VAR no País, a entidade divulga os áudios da cabine do árbitro de vídeo após os jogos, com destaque para os lances que geram dúvidas entre os torcedores em cada partida.
"A transparência é a chave. Quanto mais nós demonstrarmos transparência para o público em geral, maior vai ser a credibilidade que iremos obter. Todos os recursos que temos utilizado, em nenhuma parte do mundo, nem mesmo na Fifa, acontece da forma como fazemos", ressaltou Seneme, em entrevista ao <b>Estadão</b>, em abril.