O presidente Michel Temer solicitou que o porta-voz Alexandre Parola ligasse para Osmar Machado, pai do zagueiro Filipe Machado, morto no acidente aéreo da Chapecoense, na Colômbia, para “esclarecer” os procedimentos relativos ao velório coletivo que acontecerá neste sábado na cidade catarinense de Chapecó. Na manhã desta sexta-feira, Machado afirmou que não pretendia ir ao aeroporto e que o presidente Temer deveria “ter vergonha na cara” e ir até o velório na Arena Condá.
Na ligação, Parola explicou a Machado que os convites para que os familiares estejam no aeroporto não partiu da presidência da República e que os trâmites da cerimônia estão a cargo dos governos estadual e municipal.
As declarações de Machado, em entrevista ao canal ESPN, gerou uma onda negativa pela ausência de Temer no velório coletivo, por receio de vaias e manifestações. Apesar disso, ainda não há definição da agenda do presidente na cidade catarinense. Segundo um auxiliar de Temer, como é de costume, o presidente “pode mudar de ideia” a depender do clima do local.
Parola disse a Machado ainda que, mesmo que ele não queira participar da Cerimônia de Honras Fúnebres em homenagem às vítimas no aeroporto, seu filho – assim como todas as outras vítimas – receberá a Cruz e Medalha do Mérito Desportivo, conforme decreto publicado nesta sexta em edição extra do Diário Oficial da União.
VERGONHA – Ao dizer ao canal televisivo que não irá ao aeroporto, Machado disse que não arredaria um pé para cumprimentar o presidente. “A pessoa importante aqui somos nós e nossos filhos que morreram. Eu não arredo um pé para cumprimentar o Temer. Ele é o presidente do Brasil e só”, disse.
“Eu não preciso do cumprimento dele no aeroporto. Eu acho que, se ele tem dignidade, porque ele é um presidente, se tem dignidade e vergonha na cara, que venha aqui cumprimentar as pessoas”, disse. A entrevista tem repercutido nas redes sociais, o que, segundo auxiliares, ainda pode mudar a programação deste sábado.