A prova disso é a atleta da prefeitura de Guarulhos Gabriela Cantagallo, de 20 anos, que nasceu sem o braço esquerdo, hoje já coleciona 200 medalhas, sendo a maioria de ouro e foi à campeã da categoria esporte na premiação da Revista É. "Comecei a fazer natação aos 6 anos, por causa da escoliose que eu tinha na coluna e também por causa da massa muscular que sempre pendia mais para um lado. Aos 11 anos comecei a treinar e em 2005 participei da minha primeira competição, os Jogos Regionais, onde alcancei o 2ºlugar. E na minha segunda prova faturei a primeira colocação".
Gabriela é firme e diz que muitos deficientes se entregam, pensam que não podem fazer certas coisas e que ainda falta muita informação na sociedade e ressalta o seu foco. "Quero ganhar mais medalhas e participar da Paraolímpiadas, em 2016".
O heptacampeão brasileiro, em halterofilismo e atleta guarulhense Cristiano Aparecido Pacheco, de 33 anos, acredita que os deficientes podem alcançar mais coisas se forem tratados com igualdade. "Ainda falta acessibilidade, principalmente nos transportes e em calçadas". Pacheco que teve a sua perna amputada aos 19 anos, após complicações, devido sofrer um atropelamento na Fernão Dias aos 9 anos, pretende encerrar sua carreira no Rio de Janeiro, na Paraolímpiadas. "Vou advogar na área de direito esportivo para defender os atletas paralímpicos de explorações", contou.
Inclusão social é a solução
O ex-policial, hoje advogado e paraplégico Osmar Conceição Apolônio, de 53 anos, afirma que o que falta na sociedade para que os deficientes se desenvolvam mais é a integração. "Por este meio o portador de deficiência física olha o futuro com maior perspectiva. O portador deve ocupar a mente com algo positivo, nunca mergulhar nas situações do passado, isso machuca, traz a revolta e, por conseguinte, a depressão se instala", contou."O ponto principal é o respeito e o envolvimento de toda a sociedade.
Não posso deixar de relatar o descaso dos políticos, o Brasil está muito atrasado em questão de acessibilidade e recursos que facilitem a vida das pessoas com deficiência e sem isso não há inclusão", disse a educadora física Ana Cristina Teixeira de Araújo, de 45 anos, que trabalha com atividade física adaptada há 14 anos.
A também paraplégica e advogada Maria Luíza, de 50 anos, defende que deve-se haver suporte de todos os setores e que ainda falta muito para os deficientes contarem com a inclusão social.
"Na cultura, lazer, educação e, principalmente saúde, onde mais precisamos é onde mais falta", afirmou.