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Porto Alegre abre campanha com debate

O primeiro dia da campanha eleitoral em Porto Alegre começou com um debate entre oito candidatos nesta terça-feira, 16. Os principais temas discutidos no encontro promovido pela Rádio Gaúcha foram segurança pública e mobilidade urbana. Os aspirantes à prefeitura de Porto Alegre trocaram perguntas e respostas durante quatro blocos que duraram cerca de duas horas. Participaram Fábio Ostermann (PSL), João Carlos Rodrigues (PMN), Júlio Flores (PSTU), Luciana Genro (PSOL), Maurício Dziedricki (PTB), Nelson Marchezan Jr. (PSDB), Raul Pont (PT) e Sebastião Melo (PMDB).

O cenário eleitoral em Porto Alegre mudou nas últimas horas. Marcello Chiodo, do PV, conseguiu uma liminar junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que permitiu que ele registrasse sua candidatura. A iniciativa contraria a decisão do seu partido. O PV tinha decidido lançar o nome de Chiodo, mas depois voltou atrás. No início de agosto, a sigla desistiu de ter candidatura própria e anunciou uma coligação com o PSDB, de Marchezan Jr.

Com a decisão do TRE, Chiodo se tornou o nono candidato na disputa. Como as regras do debate de hoje já estavam previamente acordadas, ele não participou, mas terá um espaço concedido na Rádio Gaúcha nesta quarta-feira, 17. O PV vai recorrer da decisão judicial que possibilitou a candidatura de Chiodo.

No segundo bloco do debate, quando os candidatos fizeram perguntas uns para os outros, Marchezan, do PSDB, questionou Melo, do PMDB – que hoje é vice-prefeito de Porto Alegre – sobre segurança pública. Na resposta, o peemedebista listou uma série de medidas tomadas pela atual administração, mas argumentou que esta área não é de responsabilidade somente da Prefeitura. Ele também reconheceu que a gestão municipal tem feito muito, “mas não o suficiente”.

Reconhecer algumas falhas da atual administração é uma das estratégias de campanha de Sebastião Melo para se conectar com o eleitor. Segundo ele disse à reportagem, as pessoas estão muito insatisfeitas com os agentes públicos de forma geral e, nesse sentido, será preciso convencer o cidadão de que suas propostas podem trazer mudanças.

Também no segundo bloco, Raul Pont, do PT, questionou Luciana Genro, do PSOL, sobre como ela lidaria com a possibilidade de ter que parcelar os salários dos servidores – o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), está atrasando os pagamentos há seis meses e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), já admitiu que pode fazer o mesmo se a crise se intensificar.

Luciana aproveitou o embate direto com Pont para criticar a aliança do PT com o PMDB no plano nacional – já rompida. “O PMDB do Melo e do Sartori é o mesmo PMDB que o PT sustentou no governo federal, o mesmo PMDB com quem o PT se aliou. O PMDB tem uma tradição de desmonte dos serviços públicos”, disse.

Violência

O primeiro debate deu algumas amostras de como deve se desenrolar a campanha na capital gaúcha. A segurança pública, que hoje é uma das maiores preocupações do porto-alegrense por causa do aumento dos casos de violência e da sensação de insegurança, deve ser um dos temas mais recorrentes. E a tendência é de que, neste primeiro turno, Luciana Genro e Raul Pont façam um confronto mais direto, disputando os votos da esquerda, enquanto Sebastião Melo e Nelson Marchezan Jr. devem disputar os eleitores mais identificados com a situação.

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