O número de mortes causadas pela passagem do furacão Maria por Porto Rico já chega a 10, incluindo dois policiais que se afogaram em enchentes na cidade de Aguada. A expectativa era de que esse número aumentasse à medida que autoridades de cidades remotas entrassem em contato com o governo na capital San Juan.
As cidades porto-riquenhas ficaram sem água potável, combustível, energia ou serviço telefônico após a devastadora passagem do furacão Maria pela ilha. Um grupo de prefeitos chegou à capital para se encontrar com o governador Ricardo Rossello e apresentar uma lista de pedidos de urgência. A cidade costeira de Manati, no norte, ficou sem combustível e água potável, disse o prefeito José Sanchez Gonzalez. “O hospital está prestes a entrar em colapso. Está em capacidade máxima”, disse ele. “Precisamos que alguém nos ajude imediatamente.” Autoridades da cidade de Vega Alta, na costa norte, disseram não ter conseguido chegar a um bairro chamado Fátima e estavam preocupadas com os moradores de uma casa de repouso.
Rossello disse que o furacão Maria certamente custaria mais do que a última grande tempestade a atingir a ilha, o furacão George, em setembro de 1998. “Essa é sem dúvida a maior catástrofe da história moderna para Porto Rico”, afirmou.
Uma barragem próxima das cidades de Quebradillas e Isabela, no noroeste de Porto Rico, teve uma rachadura, mas não se rompeu no sábado à tarde, enquanto a água continuava a cair do Lago Guajataca, cujo nível da água foi aumentado pela chuva. Autoridades federais disseram na sexta-feira que 70 mil pessoas que moram na área no entorno da barragem teriam que ser evacuadas. Mas Javier Jiménez, prefeito da cidade vizinha de San Sebastian, disse acreditar que o número era menor. O secretário de Assuntos Públicos, Ramon Rosario, disse que cerca de 300 famílias estavam em perigo.
O governador disse que há “danos significativos” na barragem e que as autoridades acreditam que ela pode ceder a qualquer momento. “Nós não sabemos quanto tempo ela vai segurar. A integridade da estrutura foi comprometida de forma significativa”, disse Rossello. A barragem de 316 metros, construída por volta de 1928, retém um lago artificial que cobre cerca de 5 quilômetros quadrados. Com quase 40 centímetros de chuva em consequência do furacão Maria, a água desceu das montanhas circundantes, aumentando o volume de água no reservatório.
Pelo menos 31 pessoas morreram ao redor do Caribe por causa do furacão Maria, pelo menos 15 na Dominica. O Haiti relatou três mortes; Guadalupe, duas; e a República Dominicana, uma. Em Porto Rico, mais de 15 mil pessoas estão em abrigos. Fonte: Associated Press.