Porto Rico reportou o primeiro caso de microcefalia associado ao zika nesta semana, em meio à crescente preocupação no país com o surto da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O feto que uma mulher não identificada entregou a autoridades de saúde dos Estados Unidos apresentava microcefalia severa e foi testado positivo para o vírus zika, informou a secretária de saúde de Porto Rico, Ana Rius.
A funcionária que recebeu o feto se negou a informar se a mulher havia tido um aborto espontâneo ou provocado. Ela disse que a microcefalia foi diagnosticada em um exame de ultra-som e não deu mais detalhes. “Sabíamos que esta notícia chegaria em algum momento”, afirmou Ana Rius. “Quero estimular que todas as mulheres grávidas que estejam preocupadas a consultarem um médico.” O zika tem sido relacionado a um crescimento rápido no número de bebês com microcefalia no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência global por causa do zika em fevereiro, e o vírus tem se propagado rapidamente pelo continente americano.
O Centro para Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos confirmou o diagnóstico de microcefalia no caso registrado em Porto Rico. “Este caso de microcefalia causada pelo vírus do zika durante uma gravidez nos entristece e nos preocupa, pois destaca a possibilidade de novos casos e os efeitos adversos na gravidez”, afirmou a agência, em comunicado.
A secretária de saúde de Porto Rico afirmou que a mulher não identificada que entregou o feto foi testada, mas que o exame deu negativo para o zika e ela não apresentava sintomas. Contudo, segundo Ana Rius, é evidente que ela esteve doente em algum momento. Ela afirmou que é muito curto o período em que uma pessoa pode ser testada como positiva para o zika em exames.
Porto Rico registrou 925 casos de zika, sendo 128 em mulheres grávidas. Pelo menos 14 grávidas deram à luz a bebês saudáveis. Até o momento, 27 pessoas com zika foram hospitalizadas em Porto Rico e foi registrada uma morte relacionada ao vírus. Pelo menos cinco pessoas desenvolveram síndrome de Guillain-Barré, outra condição relacionada ao zika. Fonte: Associated Press.