Os eleitores de Portugal vão às urnas neste domingo, em eleições antecipadas que apontam para produzir outro governo minoritário vulnerável, no momento em que o país deve receber um grande montante de fundos da União Europeia. Caso o resultado se confirme, Portugal retornaria para onde estava dois meses atrás, quando os legisladores rechaçaram o orçamento do governo socialista, minoritário, e o presidente do país dissolveu o Parlamento.
Os Socialistas, de centro-esquerda, e seus principais concorrentes, o Partido Democrático-Social, de centro-direita, estavam em uma disputa apertada, sugeriam as pesquisas de opinião. Eles há décadas se alternam no poder no país mais pobre da Europa Ocidental. Uma vitória folgada para formar um governo de maioria e aprovar legislação sem opositores é algo raro. Portugal teve apenas três governos majoritários nos últimos 50 anos.
Com isso, os dois principais partidos devem buscar alianças com siglas menores. Portugal é um país com 10,3 milhões de pessoas e deve receber 45 bilhões de euros (US$ 50 bilhões) de ajuda da União Europeia, para apoiar a economia após o choque da covid-19. Dois terços desse montante devem ir para projetos públicos, como infraestrutura, dando ao próximo governo espaço fiscal. O terço restante será para companhias privadas.
A disputa eleitoral ocorre ainda em meio a um salto nos casos de covid-19, atribuído à variante Ômicron. Todos foram autorizados, de qualquer modo, a sair para votar.
<i>(Com Associated Press)</i>