A posição cambial líquida do Banco Central (BC) atingiu US$ 235,648 bilhões, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 22, pela instituição. O montante tem como referência o dia 16 de fevereiro. A posição cambial líquida encerrou 2023 em US$ 238,568 bilhões e ficou em US$ 237,901 bilhões no fim de janeiro.
A posição cambial líquida traduz o que está disponível para que o BC faça frente a alguma necessidade de moeda estrangeira – como fornecer liquidez ao mercado em momentos de crise, por exemplo. É considerado pelo órgão o indicador correto para medir a resistência do País a choques externos.
A posição leva em conta as reservas internacionais, o estoque de operações de linha do BC (venda de dólares com compromisso de recompra), a posição da instituição em swap cambial e os Direitos Especiais de Saque (DES) do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI).
As reservas internacionais encerraram a semana passada em US$ 351,347 bilhões. No fim de 2023 estavam em US$ 355,034 bilhões e fecharam janeiro em US$ 355,066 bilhões.
<b>Perda com swap cambial</b>
Após registrar prejuízo de R$ 10,002 bilhões com sua posição em swap cambial pelo critério de caixa em janeiro, o Banco Central teve resultado negativo de R$ 1,527 bilhão com esses contratos em fevereiro, até o dia 16.
Pelo conceito de competência, houve perda de R$ 1,861 bilhão. O resultado pelo critério de competência inclui ganhos e perdas ocorridos no mês, independentemente da data de liquidação financeira. A liquidação financeira desse resultado (caixa) ocorre no dia seguinte, em D+1.
Com a rentabilidade na administração das reservas internacionais, houve prejuízo de R$ 3,548 bilhões. Entram no cálculo ganhos e prejuízos com a correção cambial, a marcação a mercado e os juros.
Já o resultado líquido das reservas, que é a rentabilidade menos o custo de captação, ficou negativo em R$ 10,004 bilhões no período. O resultado das operações cambiais, por sua vez, mostrou perda de R$ 11,865 bilhões.
O BC sempre destaca que, tanto em relação às operações de swap cambial quanto à administração das reservas internacionais, não visa ao lucro, mas fornecer hedge ao mercado em tempos de volatilidade e manter um colchão de liquidez para momentos de crise.
<b>Acumulado do ano</b>
No acumulado de 2024 até 16 de fevereiro, o resultado com a posição de swaps cambiais do BC foi negativo em R$ 11,529 bilhões no critério caixa e em R$ 9,388 bilhões no conceito de competência.
Com a rentabilidade na administração das reservas internacionais, houve ganho de R$ 28,338 bilhões no ano, até a semana passada. O resultado líquido das reservas ficou positivo em R$ 6,697 bilhões. Já o resultado das operações cambiais mostrou prejuízo de R$ 2,691 bilhões.
<b>Bancos</b>
Os bancos encerraram janeiro com posição vendida no câmbio à vista de US$ 9,683 bilhões, informou o Banco Central. No fim de dezembro essa posição estava vendida em US$ 14,428 bilhão.
Os bancos atuam como contrapartes em operações cambiais. Assim, quando há remessas de moeda estrangeira ao exterior, elas fornecem dólares a empresas e fundos, por exemplo, para envio. Neste caso, a "posição vendida" das instituições tende a aumentar.
Em movimento contrário, quando há entrada de recursos no Brasil, as instituições financeiras recebem os dólares, o que reduz a "posição vendida" ou eleva a "posição comprada".
A posição dos bancos no mercado à vista também é alterada sempre que o BC realiza leilões de dólares. Assim, quando o BC vende moeda aos bancos, a posição vendida à vista tende a diminuir.