Estadão

PP oficializa aliança com ACM Neto na Bahia; vice-governador disputará Senado

O PP anunciou oficialmente nesta quinta-feira, 17, apoio à candidatura de ACM Neto (União Brasil) ao governo da Bahia. Com o acordo, o vice-governador João Leão (PP) vai disputar o Senado na chapa do ex-prefeito de Salvador, como antecipou o <b>Broadcast Político</b>, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Ao falar sobre a composição, ACM disse não ver contradição na aliança com o PP. "A aliança vai ao encontro do que tenho pregando. Não sou o candidato que vai jogar pedra, criticar tudo o que está aí. Tenho honestidade intelectual de reconhecer que, nesses 16 anos, tem coisas boas que foram feitas pela Bahia, que vamos manter", afirmou.

João Leão disse que quer "passar um espanador" em divergências do passado, provenientes dos 14 anos do PP na base petista na Bahia. "Eu tenho dois filhos, mas não tinha neto. Agora ganhei um netinho", brincou o vice-governador ao fazer referência ao sobrenome do ex-prefeito.

A composição com ACM era esperada após o PP romper na segunda-feira, 14, com o governo Rui Costa. O lançamento de candidatura própria de Leão ao governo chegou a ser cogitado, incentivado pela cúpula nacional da legenda para dar palanque ao presidente Jair Bolsonaro na Bahia. A proposta, no entanto, não prosperou.

Maior rival do PT na Bahia, ACM Neto ganha apoio do partido com o segundo maior número de prefeituras do Estado e que era considerado, junto ao PSD, um dos principais responsáveis pelo êxito das gestões petistas nas urnas – foram três eleições vencidas em primeiro turno enquanto durou a aliança.

O rompimento ganhou forma quando o senador Jaques Wagner (PT-BA) desistiu de concorrer ao governo. Um novo arranjo foi desenhado, com o senador Otto Alencar (PSD-BA) como pré-candidato ao governo, e Costa na disputa pelo Senado. O governador renunciaria ao mandato em abril para concorrer a uma vaga no Congresso, deixando a cadeira para João Leão. A proposta era vista com entusiasmo pelo PP.

O arranjo começou a ruir quando Otto decidiu não ser candidato a governador, e o PT optou por lançar a pré-candidatura do secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, ao governo. Neste cenário, Costa fica no mandato até o fim, deixando o PP fora da cadeira de governador. A decisão, anunciada por Wagner em um programa de rádio, foi encarada como descumprimento de acordo e desrespeito dos petistas ao partido.

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