Os dirigentes do PP, PR e PSD se reúnem na próxima semana com representantes do governo Michel Temer para fechar detalhes do acordo de apoio dos três partidos à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. A disputa pela presidência e outros cargos da Mesa Diretora da Casa está marcada para 2 de fevereiro.
PP, PR e PSD são os três maiores partidos do chamado Centrão e juntos reúnem mais de 120 dos 200 deputados do grupo. Formado por parlamentares de 13 siglas diferentes, o bloco informal disputa espaço na base aliada com Maia e tem dois pré-candidatos à presidência da Câmara: os líderes do PSD, Rogério Rosso (DF), e do PTB, Jovair Arantes (GO).
O acordo de apoio a Maia começou a ser costurado por PP, PR e PSD no fim do ano passado. A primeira reunião ocorreu entre o presidente do PR, Antônio Carlos Rodrigues, com o ministro Gilberto Kassab (Comunicações), que comanda o PSD. Em seguida, Kassab conversou com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP.
Reservadamente, integrantes dessas siglas dizem que o apoio a Maia se deve a três motivos principais. Porque o deputado do DEM honrou compromissos com os partidos, porque não acreditam que os dois candidatos do Centrão terão votos suficientes para se eleger e, principalmente, porque Maia é o candidato preferido do governo.
A preferência do Palácio do Planalto pela candidatura do parlamentar fluminense foi sinalizada aos três partidos ao longo das últimas semanas. Na terça-feira, 3, por exemplo, o líder do PR na Câmara, Aelton Freitas (MG), foi ao Planalto, quando foi recebido por Michel Temer, e conversou com auxiliares do presidente sobre a eleição na Câmara.
Convencidos do apoio a Maia, dirigentes do PP, PR e PSD marcaram de se reunir para fechar os detalhes do acordo na próxima segunda-feira, 9, ou terça-feira, 10, com algum ministro palaciano, provavelmente o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. O apoio dos partidos só será anunciado quando o deputado do DEM lançar oficialmente sua candidatura.
Em troca do apoio desses partidos à sua reeleição, Rodrigo Maia ofereceu, com aval do Planalto, a liderança do governo na Câmara e a 2ª vice-presidência ao PP. Ao PR, o deputado do DEM ofereceu a 1ª secretaria, espécie de prefeitura, que comanda o orçamento da Casa. O PSD, por sua vez, ficaria com a quarta secretaria da Mesa Diretora.
A expectativa de aliados de Maia é de que, com o anúncio de PP, PR e PSD, outros partidos do Centrão também anunciem apoio a reeleição do parlamentar fluminense. Além do DEM, o presidente da Câmara já conta com apoio da maioria dos deputados do PMDB e do PSDB, donos da segunda e terceira maiores bancadas da Casa.