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Pré-candidato ao governo, João Roma cumpre mais da metade da agenda na Bahia

Pré-candidato ao governo da Bahia, o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), fez nesta quarta-feira, 16, sua sétima viagem ao Estado desde o início do ano. Roma acompanhou o presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpriu agenda em Salvador.

Contando com a visita de hoje, o Estado foi destino de quase um terço das viagens oficiais do ministro, de acordo com levantamento realizado pelo <b>Estadão</b>. A Bahia é também o cenário favorito para seus eventos oficiais fora de Brasília. Com a visita de hoje, mais da metade dos compromissos do ministro fora da capital federal ocorreram em solo baiano, segundo a agenda oficial do ministério.

Nesta quarta, Bolsonaro e Roma visitaram as instalações do Senai Cimatec. Também participaram da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da nova unidade de ressonância magnética do Hospital Santo Antônio, uma das obras sociais de Irmã Dulce.

Em seu Instagram, o ministro divulgou compromissos em cidades baianas entre fevereiro e março. Esses eventos, porém, não constam de sua agenda oficial divulgada pelo ministério.

No dia 26 de fevereiro, o Roma foi a Iraquara, onde, segundo ele, "recebeu lideranças para discutir melhorias para a belíssima região da nossa Chapada Diamantina". Em 1 de março, visitou a prefeitura de Andaraí. Também participou de uma sessão da Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus, em 4 de março, e visitou São Miguel das Matas, acompanhado de um ex-prefeito, do presidente da Câmara e vereadores, no dia 5.

Nos últimos dois compromissos, ele vestia um colete que o identificava como ministro da Cidadania.

As agendas na Bahia incluem doações às comunidades atingidas pelas chuvas no Estado – a resposta do governo foi liderada pelo ministro -, entrega de viaturas à Polícia Rodoviária Federal, visitas a projetos sociais e encontros com caminhoneiros, empresários e políticos locais.

Como mostrou o <b>Estadão</b>, Roma está a um passo de abandonar o seu partido para se filiar ao PL, mesma legenda de Bolsonaro. Na semana passada, o presidente chegou a dizer que o ministro da Cidadania deverá deixar o cargo para disputar o Palácio de Ondina. Pelo calendário eleitoral, o prazo para que ministros e secretários de Estado abandonem seus postos para viabilizar candidaturas é 2 de abril.

Cotado como pré-candidato ao governo, ministro João Roma prioriza Bahia em agenda
Em seu site, Roma também dá destaque às viagens realizadas para o Estado onde pretende se eleger. Na página principal, oito das nove chamadas citam a Bahia no título.

Em 2022, o ministro aumentou a frequência de viagens para outros Estados, segundo a agenda oficial. Em 2021, foram apenas 23 viagens nos seis primeiros meses, contra 22 já realizadas neste ano, apenas até o meio de março. Nos seis primeiros meses do ano passado, a Bahia já correspondia a 30,4% das viagens realizadas pelo ministro. Em 2022, representa 31,8%.

Nos seis primeiros meses do ano passado, o ministro teve 14 compromissos em solo baiano, que correspondem a 29% das agendas oficiais em outros Estados durante esse período. Em 2022, já foram 22 compromissos na Bahia, mais da metade dos realizados pelo ministro fora da capital federal.

A assessoria do ministro João Roma foi procurada pela reportagem, mas até a última atualização não se manifestou.

Roma iniciou sua trajetória política como assessor do governo de Pernambuco, seu Estado natal. Após passar por cargos na administração federal, em 2013, virou chefe de gabinete do então prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). Em 2018, foi eleito deputado federal, cargo que está licenciado.

Roma também recebeu o título de cidadão soteropolitano pela Câmara Municipal de Salvador, em 2015.

Agora, o ministro da Cidadania disputará justamente com seu ex-chefe, ACM Neto, as eleições pelo governo estadual. O ex-prefeito aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto. Já o PT, que governa a Bahia desde 2007, decidiu-se pela pré-candidatura do secretário de Educação do estado, Jerônimo Rodrigues, após a indecisão entre o ex-governador petista Jaques Wagner ou apoiar o senador Otto Alencar (PSD).

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