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PR decide trocar membro na CCJ para ajudar Temer a barrar 2ª denúncia

Integrante do chamado Centrão, o PR decidiu trocar um de seus membros titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para ajudar o presidente Michel Temer a barrar a segunda denúncia contra ele e os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil).

O líder do partido na Casa, José Rocha (BA), vai substituir Jorginho Mello (SC) pelo deputado Delegado Edson Moreira (MG) em uma das cinco vagas de membro titular a que a legenda tem direito no colegiado. Jorginho votou a favor da primeira denúncia contra Temer, enquanto Moreira é contra o prosseguimento da investigação contra o presidente.

Essa é pelo menos a terceira movimentação de membros da CCJ desde que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou a denúncia contra Temer e os dois ministros. Na semana passada, o PTB indicou Nelson Marquezelli (SP) como membro titular da comissão, em uma vaga que ainda não havia sido preenchida. O deputado votou pela rejeição da primeira denúncia.

Já o PSDB trocou o deputado Jutahy Júnior (BA) por João Gualberto (BA) em uma das vagas titulares na CCJ. Ambos, porém, votaram a favor da primeira denúncia. De acordo com Jutahy, a troca foi necessária, pois ele estará em missão oficial na Rússia durante o período em que a votação da segunda denúncia pode ocorrer na comissão.

Pressão

Com a sexta maior bancada da Câmara, com 38 deputados, o PR vem pressionando o Palácio do Planalto por cargos. O partido, que está a frente do Ministério dos Transportes, quer que Temer dê o comando da Secretaria dos Portos, órgão vinculado à pasta. Hoje, a secretaria é comandada por Luiz Otávio Campos, apadrinhado pelos senadores Jader Barbalho (PA) e Renan Calheiros (AL), ambos do PMDB.

O comando do PR também pressiona Temer para suspender a privatização do aeroporto de Congonhas, localizado na capital paulista e considerado a âncora financeira da Infraero, feudo do partido. Na semana passada, a estatal abriu 50 licitações, nas quais ofereceu 68 áreas para exploração comercial em 23 aeroportos.

A estratégia desagradou ao Palácio do Planalto e à equipe econômica porque, no caso dos aeroportos que serão concedidos à iniciativa privada, pode provocar impacto negativo nos lances propostos em leilão. Temer chegou, então, a cogitar demitir o presidente da Infraero, Antônio Claret, mas resolveu adiar o plano, para evitar que a demissão afetasse a votação da segunda denúncia na Câmara.

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