O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Peter Praet, advertiu nesta sexta-feira que a votação do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE) poderá reverter as recentes melhorias na economia da zona do euro e pediu uma ação rápida em direção a um procedimento pós-plebiscito.
Falando em uma conferência em Londres, Praet alertou para “riscos elevados” para as perspectivas econômicas a partir de incertezas externas, incluindo o impacto do plebiscito no Reino Unido e da recuperação global ainda frágil.
“É essencial estabelecer rapidamente um processo ordenado que governará o caminho para um novo estado de equilíbrio pós-plebiscito, de modo a permitir que as famílias e as empresas ajustem rapidamente as suas decisões econômicas intertemporais ao novo ambiente”, disse Praet.
Ainda assim, ele ressaltou que as medidas de política do BCE, que inclui um programa massivo de compras de títulos e taxas de juros negativas, estão se tornando cada vez mais eficazes em apoiar o crescimento. “A expectativa é que taxas permaneçam nos baixos níveis atuais por um longo período”
O BCE “está firmemente determinado a garantir a estabilidade dos preços e a estabilidade financeira na área do euro”, disse Praet, acrescentando que a recuperação econômica da zona do euro tem mostrado sinais de fortalecimento.
Em relação ao temor com o impacto de um Brexit nas instituições financeiras, o economista-chefe disse que não há sinal de que a votação no Reino Unido tenha desencadeado problemas de financiamento junto às instituições financeiras. “Não houve realmente um choque de liquidez no setor bancário”, disse ele, acrescentando que o setor mostrou “forte resistência”, após o choque com o resultado do plebiscito.
Praet afirmou ainda que os bancos centrais e os bancos comerciais estão mais preparados desta vez do que estavam durante choques anteriores. Fonte: Dow Jones Newswires.
