O morador que tentou fazer caminhada pela orla de Santos, na manhã desta quinta-feira, 31, encontrou as praias e grande parte do calçadão bloqueados com gradis e faixas zebradas. Cumprindo o que havia anunciado, a prefeitura bloqueou o acesso à faixa de areia e a mais 11 locais sujeitos a aglomerações na região beira-mar, e colocou barreiras sanitárias nos acessos à cidade.
Medidas semelhantes foram adotadas pela prefeitura do Guarujá, também na Baixada Santista, na tentativa de conter o aumento na disseminação da covid-19. Nas duas cidades, o acesso às praias ficará proibido até a madrugada de sábado, 2. Em São Vicente e Bertioga, outras cidades do litoral, o fechamento das praias também acontece, mas apenas na virada do ano, da noite desta quinta à manhã de sexta-feira, 1.
De acordo com o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), o fechamento visa conter o avanço da covid-19. Entre quarta e quinta, a Baixada Santista registrou 251 novos casos e 27 mortes pela doença. Apenas Santos apontou 21 óbitos, embora alguns tenham acontecido em dias anteriores. No total, a região contabiliza 81.393 casos e 2.748 mortes pela covid-19. Há ainda 121 óbitos em investigação e 328 pessoas hospitalizadas. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 40%.
Além do fechamento das praias, a prefeitura de Santos proibiu o funcionamento de barracas, quiosques e ambulantes na região da orla. Entre os pontos interditados estão a Praça das Bandeiras, a Fonte do Sapo e a Praça do Surfista. O estacionamento de veículos próximo desses locais também foi proibido. Equipes compostas por guardas municipais e policiais militares fazem patrulhamento na região.
<b>Gradis no Guarujá</b>
No Guarujá, a prefeitura instalou 4.100 gradis, além de cavaletes e blocos de concreto, para barrar o acesso às praias e aos calçadões da orla. Os obstáculos serão retirados neste sábado, 2. Segundo a prefeitura, a medida segue decreto municipal que regulamentou as decisões tomadas pelos prefeitos durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb). As interdições incluem as praias de Pitangueiras, Enseada e Pernambuco, do Tombo e Astúrias. Quiosques e comércio ambulante foram avisados de que não poderiam trabalhar na virada do ano.
Apesar das restrições, a cidade previa receber mais de 1 milhão de visitantes, segundo a prefeitura. As barreiras foram reforçadas nos principais acessos às praias. Além daquelas destinadas ao controle de acessos de ônibus e vans, foram instaladas outras para medir a temperatura de todos os ocupantes de veículos. A Guarda Civil Municipal colocou 200 agentes na fiscalização, com apoio da Polícia Militar.
Guardas municipais embarcados em quadriciclos abordaram dezenas de banhistas que insistiam em adentrar a faixa de areia das praias. Conforme a Guarda Civil Municipal (GCM), algumas pessoas resistiram e foi preciso chamar a Polícia Militar para fazer a retirada à força. A ação dos agentes era acompanhada pessoalmente pelo comandante da GCM, Luis Carlos Mariano.
"É uma ação de fiscalização prevista em decreto municipal. Está tudo interditado, sinalizado, mas algumas pessoas insistem em burlar e ir para a faixa de areia." Ele disse que não tinha ideia de quantas pessoas já tinham sido abordadas. "São muitas em todas as praias, não vamos ter esse número." Segundo ele, o decreto municipal 14.054 que regulamentou a interdição da orla foi publicado no último dia 29 e amplamente divulgado.
<b>Praias abertas</b>
As prefeituras de Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe decidiram manter os acessos às praias abertas. Os prefeitos alegam dificuldade para fazer os bloqueios. Em Praia Grande, foram instaladas barreiras sanitárias nas duas principais entradas, que não impediram a lotação das praias. O show de fogos do Ano Novo foi suspenso.
Em Mongaguá, a Plataforma de Pesca, tradicional ponto de encontro, ficará fechada até sábado. A instalação de barracas, mesas e cadeiras na faixa de areia das praias está proibida.