No dia 30 de abril, o Partido Colorado tentará se manter no poder no Paraguai com Santiago Peña, de 40 anos. Ele tem a missão de descolar sua imagem da do ex-presidente Horacio Cartes, acusado pelos EUA de corrupção. Em conversa com o <b>Estadão</b>, ele disse estar otimista para negociar o próximo acordo de Itaipu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
<b>Qual é sua posição sobre Itaipu?</b>
Sou amante da história. O acordo de Itaipu é um grande êxito da diplomacia, que resolveu problemas que duravam décadas. Permitiu empreender um projeto que levou ao desenvolvimento do Brasil e do Paraguai e hoje nos une. Não temos muitos exemplos assim no mundo. Os que desenharam o tratado foram visionários e eu não quero ser menos do que eles em pensar no papel de Itaipu nos próximos 50 anos. Estou otimista para poder negociar isso com Lula.
<b>Como conter a pobreza que afeta 27% da população?</b>
Criando emprego, melhorando o acesso à terra, permitindo que os paraguaios possam encontrar oportunidades. Conseguimos gerar 500 mil empregos em cinco anos. Fui diretor do Banco Central e ministro da Fazenda. Como presidente, quero eliminar a pobreza por meio do emprego e da moradia digna.
<b>O sr. pretende demonstrar independência em relação a Cartes?</b>
Estou na política desde 2017. Nunca puderam questionar minha integridade ou meu patriotismo. Querem encontrar algo para falar e procuram uma certa dependência minha de Cartes. Ele foi uma figura importante. Foi presidente. Eu fui seu ministro da Fazenda. Mas as decisões que tomei eram apenas minhas. Não há dúvidas sobre a minha experiência. Além disso, tem duas coisas que jamais vou permitir na minha presidência: não vou delegar minhas decisões ou a caneta que tomará essas decisões.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>