Estadão

É preciso cuidar da fome no Brasil e pacificar o país, diz Hartung

O ex-governador do Espírito Santo e atual presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, avaliou nesta terça-feira, 6, que uma das frentes nas quais a equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa concentrar esforços antes da posse é o combate à fome no Brasil. Hartung participa do Safra Trends 2023, evento online que debate tendências macroeconômicas e investimentos para 2023, promovido pelo banco.

"É preciso cuidar da fome no Brasil, redesenhar a política de transferência de renda. Quando se redesenhou o Auxílio Brasil, se perdeu qualidade em relação ao Bolsa Família", disse Hartung. Ele chamou a atenção para a necessidade de responsabilidade fiscal junto com políticas de combate à fome. "Só se coloca os pobres no orçamento cuidando das contas; ou se fecha a curva futura de juros ou ela sobe. Precisamos reancorar expectativas econômicas no País, que hoje estão desancoradas", afirmou.

<b>Pacificação</b>

Outra tarefa do presidente eleito até a posse, na avaliação de Hartung, é "pacificar País, que está dividido" em vários segmentos, não somente na política mas também na religião e outras áreas. Hartung citou ainda a reorganização da base do governo no Legislativo. "É preciso ter uma base sólida. Quando se ganha uma eleição, é preciso compor o poder, o que significa dividir poder", disse.

O diretor de Estratégia Macro do Safra, Joaquim Levy, que mediu a conversa, destacou no início do painel o trabalho de Hartung à frente do governo do Espírito Santo. "Hartung conseguiu desenvolver uma série de atividades, não só exportação de minério, tudo isso com a famosa responsabilidade fiscal", afirmou.

Hartung menciono outras oportunidades para o Brasil no ano que vem, em descarbonização da economia, com a reorganização das cadeias de fornecimento, saneamento etc. "Sou moderadamente otimista em relação a 2023", disse.

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