Os alimentos ainda ficaram mais baratos no varejo em agosto, mas em ritmo menor do que em julho, levando a inflação percebida pelas famílias de baixa renda a ter pequena aceleração. Os artigos de higiene e cuidado pessoal e as passagens aéreas também pressionaram o indicador. Por outro lado, cinco dois oito grupos pesquisados perderam força, o que contribuiu para a estabilidade (0,00%) do Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) em agosto, após recuo de 0,04% em julho.
O grupo Alimentação cedeu 0,03%, após queda de 0,59% em julho. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), o recuo menos intenso de hortaliças e legumes (-13,29% para -7,11%), influenciou este movimento. Com quedas menores, ainda ficaram mais baratos o tomate (-7,07%) e batata-inglesa (-22,75%). Além disso, pesaram mais no bolso dos consumidores de baixa renda o leite tipo longa vida (2,94%), a tangerina (36,48%) e a carne salgada de bovino (7,15%).
Além dos alimentos, que compromete boa parte do orçamento dessas famílias, ganharam força na passagem do mês os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,14% para 0,20%), diante de uma alta de 0,37% nos artigos de higiene e cuidados pessoais; e Educação, Leitura e Recreação (0,25% para 0,38%), devido a uma alta de 8,80% nas passagens aéreas.
Mesmo se mantendo no positivo, desaceleraram os grupos Habitação (0,36% para 0,23%), com uma queda de 0,20% na tarifa de eletricidade residencial, após os reajustes que impactaram o resultado no mês passado; e Despesas Diversas (0,14% para 0,12%), diante de uma alta menor no preço do cartão de telefone (1,14% para 0,37%).
Ficaram no terreno negativo os grupos Transportes (0,25% para -0,25%), diante das tarifas de ônibus urbano 0,41% mais baratas; Comunicação (-0,07% para -0,93%), com a queda de 1,97% nas tarifas de telefone residencial; e Vestuário (-0,10% para -0,48%), em função dos preços de roupas infantis 0,73% menores, em média.
Menor que a média
A taxa do IPC-C1 de agosto, de 0,00%, foi inferior à inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,21% no mês passado. Ambos são calculados pela FGV.
Com a estabilidade na leitura mensal, a taxa de inflação acumulada em 12 meses do IPC-C1 desacelerou de 6,28% em julho para 6,22% até agosto de 2014. Além disso, ela se manteve em patamar inferior em relação ao IPC-BR, que desceu a 6,76% em igual período.