A queda do preço do petróleo no mercado internacional exerceu papel importante para impedir que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acelerasse ainda mais em fevereiro. O indicador subiu 0,26% no mês passado, contra elevação de 0,02% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O petróleo, de junho de 2014 a fevereiro de 2015, caiu mais de 40% no mercado internacional. Isso tem um efeito nos derivados”, explicou o pesquisador Alexandre Brandão, gerente do IPP.
Com esse recuo, duas atividades foram impactadas: outros produtos químicos, com queda de 3,17%, e refino de petróleo e produção de álcool, com recuo de 2,41%. Juntos, esses setores tiveram contribuição de -0,60 ponto porcentual no IPP de fevereiro. “Esses setores foram muito impactantes para que IPP não tivesse taxa mais elevada. Eles seguraram o resultado”, afirmou Brandão.
No caso dos produtos químicos, o petróleo é um importante insumo, explicou o pesquisador. Por isso, propenos, etilenos e outros produtos tiveram um impacto negativo importante no mês passado. As únicas altas registradas nesse grupo ocorreram em preços de adubos, que justamente não dependem da commodity para a produção, disse Brandão.
No caso do refino de petróleo e produção de álcool, o impacto negativo veio do álcool. Além da entressafra da cana-de-açúcar, o pesquisador citou a maior demanda pelo combustível. “Com alta da gasolina, as pessoas tendem a usar mais o álcool, e o preço acaba subindo também”, afirmou Brandão.