O diretor de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, disse nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, que o crescimento de 20,6% nas exportações de janeiro deste ano na comparação com igual mês de 2016 se deveu principalmente ao aumento de preço dos produtos vendidos pelo Brasil.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,725 bilhões em janeiro. Esse foi o melhor resultado para meses de janeiro desde 2006, quando o superávit comercial chegou a US$ 2,835 bilhões. “Mas ainda é prematuro para considerar superávit de janeiro a tendência do ano. Mantemos uma estimativa de superávit para 2017 em torno do mesmo resultado de 2016, com crescimento tanto nas exportações como nas importações”, avaliou.
No mês passado, os preços das exportações aumentaram 20,1%, enquanto o volume vendido cresceu apenas 0,5%. “O alto saldo comercial de janeiro foi influenciado pelo preços das mercadorias, principalmente dos produtos básicos. Há uma melhora significativa nos preços das commodities minerais”, afirmou. O preço do minério de ferro, por exemplo, teve alta de 113,8% na comparação com janeiro do ano passado.
Segundo o diretor, as commodities minerais devem continuar apresentando recuperação no preço em 2017. “Já as commodities agrícolas têm incertezas maiores”, ponderou. O preço da soja em grão, por exemplo, cresceu apenas 6,9% em relação a janeiro de 2016.
Já o crescimento de 7,4% das vendas de manufaturados em janeiro, comentou Brandão, se deve mais à recuperação de mercados, do que a variações de preço.
Brandão destacou ainda que a balança brasileira continuou com superávit na chamada “conta petróleo” em janeiro, com saldo positivo em US$ 2,725 bilhões, resultado de exportações de US$ 14,911 bilhões e importações de US$ 12,187 bilhões. “Mas esperamos que a importação de combustíveis cresça com melhora da atividade econômica neste ano”, acrescentou.
Para Brandão, o crescimento das importações em janeiro pode significar a retomada da atividade econômica no começo do ano. “O resultado pode ser sim um momento de inflexão nas importações, que mostraria mais dinamismo na economia nacional”, comentou.
Já a queda de 40,1% na compra de bens de capital em janeiro se deveu à compra de uma plataforma de petróleo em janeiro do ano passado. “De qualquer forma, as importações de bens de capital são diretamente ligadas aos investimentos, portanto devem ser a últimas a serem retomadas, depois de uma recuperação mais forte nas compras de bens intermediários”, avaliou.