Preços de peixes nos supermercados em Guarulhos variam em até 193,8%

Na semana em que o Ministério da Pesca e Agricultura divulgou o aumento do percentual de consumo de peixes no País, que cresceu 39,7% nos últimos sete anos, o Guarulhos Hoje foi aos supermercados da cidade e constatou que o preço dessas iguarias chega a oscilar em até 193,8%.

Esta variação é observada no valor do quilo do Bacalhau do Porto, encontrado por R$ 49,90 no Carrefour da Vila Rio e R$16,98 no Walmart do Centro. Com os R$ 49,90 e o acréscimo de R$ 1,04, o consumidor consegue comprar três quilos do mesmo produto segundo o estabelecimento. A variação supera em 145% a observada em pesquisa realizada no mês de abril pelo GH, quando a oscilação constatada foi de 48% no Bacalhau do Porto.

Outro produto com variação de preço acima de 100% é o filé de merluza congelado. O quilo do produto pode ser encontrado com preço mais baixo no Carrefour, ao custo de R$ 7,39, sendo que desta vez o preço mais alto é constatado no Walmart, R$ 14,98.

A pesquisa foi realizada pela Reportagem ontem nos supermercados Extra e Walmart, no Centro; Carrefour e Sonda, na Vila Rio; e Lopes, no Macedo. Os produtos que tiveram preços averiguados são Bacalhau do Porto, Bacalhau Saithe, cação, merluza, sardinha congelada e fresca, peixe galo, pescada, atum e pacu.

Consumo – No último dia 8, o Ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, divulgou estudo que revela aumento no consumo de pescado por pessoa no País. A pesquisa aponta um crescimento de 6,46kg para 9,03kg por habitante/ano entre 2003 e 2009, o que representa um aumento de 39,78% nos últimos sete anos.

A meta, estipulada no programa "Mais Pesca e Aquicultura", do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), era chegar em 2011 ao consumo de 9kg por habitante/ano e foi cumprida com, pelo menos, um ano de antecedência. O novo dado se aproxima do patamar considerado ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 12kg por habitante/ano. Segundo Gregolin, dentro de, no máximo, cinco anos o consumo médio de pescado per capita no Brasil deve alcançar 12kg ao ano.

Cuidados – Na hora de escolher o produto, é necessário ter atenção à qualidade do peixe no estabelecimento de venda. Em entrevista concedida ao GH em abril deste ano, o engenheiro de alimentos, Carlos Sassano comentou que é preciso observar o cheiro do alimento, que não pode estar muito forte.

Nos peixes frescos, a textura também pode indicar qualidade. Ela deve estar macia a ponto de afundar ao ser manipulada. Outro indício de que o alimento já está envelhecido são manchas escuras e diferentes do natural do tipo do peixe.

Sassano alerta que o peixe é, por natureza, um alimento altamente perecível pela grande quantidade de água e devido ao alto teor de proteínas e lipídios. "Alimentos ricos em proteínas são atrativos aos microorganismos, por isso podem estragar com maior facilidade", explica. Os frescos devem ser a preferência.

A atenção à exposição nos supermercados, feiras e peixarias também é importante. Eles devem estar em câmaras frias ou sobre o gelo.