Estadão

Prefeito bolsonarista anula decreto que proibia carnaval de rua na Paraíba

O prefeito de Campina Grande (PB), Bruno Cunha Lima (União Brasil), revogou decreto publicado na segunda-feira, 15, que vetava a realização de desfiles de blocos de rua no carnaval em alguns pontos da capital paraibana. O chefe do Executivo municipal voltou atrás nesta quarta-feira, 17, após repercussão negativa do ato.

A proibição valia entre os dias 8 e 13 de fevereiro para as áreas centrais do município, constando uma lista de 12 bairros e uma avenida. Segundo o decreto e um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado pelo município com o Ministério Público da Paraíba (MP-PB), estavam proibidos desfiles de blocos, de boi e escolas de samba.

O texto limitava ao pontos citados à realização exclusiva de eventos ecumênicos relacionados ao "Carnaval da Paz" – conjunto de eventos religiosos que tradicionalmente ocorrem na cidade no período de carnaval.

No X (antigo Twitter), o prefeito disse que a "intenção nunca foi proibir as festas, mas sim garantir segurança e organização". "Não vejo problema em voltar atrás de uma decisão/solução quando se tem uma solução ainda melhor", disse. O prefeito afirmou também que os itinerários dos blocos e do evento religioso serão compatibilizados, mas não explicou o plano.

O decreto também proibia as festividades perto de shoppings, hospitais, clínicas, Batalhões de Polícia, Corpo de Bombeiros Militar, Centrais de Polícia, Delegacias de Polícia, terminais rodoviários, aeroporto, Batalhões do Exército e do Complexo Judiciário, espalhados pela cidade.

O descumprimento acarretaria multa de R$ 20 mil. O prefeito disse que o ato não proibia, em nenhum momento, a realização dos eventos carnavalescos na capital. Em texto publicado pela prefeitura, há a informação de que a cidade tem mais de 60 bairros, e "apenas três ou quatro estavam sendo destacados para os eventos religiosos".

Nas eleições municipais de 2020, Bruno Cunha Lima foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pela prefeitura. Nas redes sociais, ele se intitula cristão.

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