A Polícia Civil de São Paulo e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo realizam na manhã desta segunda-feira uma operação para investigar supostas fraudes em contrato de R$ 3,3 milhões para administração do hospital de campanha de Mauá, cidade da Grande São Paulo. Entre os alvos da operação estão o prefeito Átila Jacomussi e o secretário de Saúde Luis Casarin.
Agentes cumprem mandados de busca na residência de Átila e também na prefeitura de Mauá. Na casa do prefeito foram apreendidos um celular, um tablet e um computador.
Átila Jacomussi já chegou a ser afastado da prefeitura após ser cassado pela Câmara Municipal, mas retornou ao cargo após liminar dada em setembro de 2019. Em maio do mesmo ano, o prefeito foi detido no âmbito da Operação Prato Feito, da Polícia Federal, que apura desvio de verbas públicas em contratos firmados com o município para fornecimento de merenda escolar.
Na operação realizada nesta manhã, policiais e promotores também estiveram na casa e no gabinete do secretario Luis Carlos Casarin, no setor de licitações do município de Mauá e em endereços ligados à organização social Atlantic e à empresa Ocean Serviços Médicos.
Realizadas em São Paulo, Barueri, Jundiaí e Mauá, as ordens de busca foram expedidas pelo desembargador Marcelo Gordo, da 13ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os investigadores encontraram indícios de ilegalidades na contratação emergencial pelo município de Mauá da organização social Atlantic para a gestão e operacionalização do hospital de campanha construído na cidade por conta da pandemia do novo coronavírus. O valor da contratação é de R$ 3,3 milhões, para o prazo de 90 dias.
A Promotoria indicou que a organização social tinha em seu quadro diretor e administrativo pessoas interpostas desvinculadas da área da saúde.
<b>Defesas</b>
A prefeitura de Mauá publicou nota sobre a operação. "Recebemos com indignação a notícia da ação do Ministério Público na Prefeitura de Mauá. O processo, que deu origem a mesma, foi remetido ao MP em sua integralidade, todas as informações foram esclarecidas e há conversas diárias por videoconferência com os promotores. Entendemos como excessiva e desnecessária a iniciativa do Ministério Público. Estamos tranquilos em relação ao desenrolar dos fatos e certos de que demonstraremos, nos autos, a lisura de todo o processo. Salientamos que Mauá está na vanguarda do combate ao Coronavírus, notoriamente com ações eficientes e reconhecidas pela população e pela imprensa"
O espaço está aberto para a manifestação de outros citados nesta matéria.