O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tomou a decisão de se desfiliar do DEM e está de malas prontas para o PSD. A informação foi confirmada pelo <b>Estadão</b> com a cúpula do PSD, partido presidido por Gilberto Kassab. A saída do prefeito ocorre no momento em que há crescente apoio de setores do DEM ao presidente Jair Bolsonaro. Ainda que mantenha uma relação amistosa com Bolsonaro, Paes é alvo de ataques e críticas de bolsonaristas, sobretudo por parte do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho "02" do presidente.
A desfiliação de Paes se soma a outra baixa no DEM. O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia anunciou, em fevereiro, que vai sair do partido. O desentendimento ocorreu após a direção do DEM se negar a apoiar o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), nome lançado por Maia ao comando da Câmara. À época, a maioria dos deputados do DEM avalizou a candidatura de Arthur Lira (Progressistas-AL), eleito para presidir a Câmara até 2023, com o apoio de Bolsonaro.
Maia ainda não bateu o martelo sobre o partido que irá se filiar. Além do PSD, ele recebeu convites do PSDB e do MDB. No atual cenário, porém, é provável que o seu destino político não seja o MDB, uma vez que problemas regionais, especialmente no Rio, seu reduto eleitoral, têm pesado para a filiação.
Paes, Maia e o secretário municipal da Fazenda do Rio, o deputado licenciado Pedro Paulo (DEM-RJ), são do mesmo grupo político. Em 2018, a saída de Paes e Pedro Paulo do MDB, para posterior filiação ao DEM, foi articulada por Maia. Diferentemente de Paes, porém, Maia e Pedro Paulo podem perder o mandato se saírem do DEM agora. Para que isso não ocorra, o ex-presidente da Câmara pretende ingressar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação pedindo para se desfiliar do DEM por "justa causa".