Cidades

Prefeitura anuncia troca de gestores de HMU e Hospital da Criança e assume Paraventi

O prefeito de Guarulhos, Guti, anunciou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 23, os novos gestores do Hospital Municipal de Urgências (HMU) e Hospital Municipal da Criança e Adolescente (HMCA), até então administrados pelo Instituto Gerir. Após consultar diversas organizações sociais, a Prefeitura contratou a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Birigui, que assume a gestão do HMU e o IDGT (Instituto de Desenvolvimento de Gestão, Tecnologia e Pesquisa em Saúde e Assistência Social) para o HMCA. As duas organizações assumiram as unidades à zero hora desta quinta-feira, 23. Ambas passam a administrar as unidades hospitalares, em caráter de emergência, até 31 de dezembro.
 
A Policlínica Paraventi será gerenciada pela própria Secretaria Municipal de Saúde. “Fizemos uma ampla análise no potencial de atendimento destas organizações, para ter a certeza de que as duas conseguirão atender às necessidades de nossa população”, explicou o prefeito. “A Prefeitura continua se preocupando em se proteger de eventuais problemas como o que surgiu com a Gerir. Tanto que um projeto de lei tramita na Câmara para que seja criado um setor na administração para tratar especificamente das contratações de organizações sociais”, completou o prefeito.
 
O contrato com o Gerir foi rompido na noite de terça-feira (22), após a Administração Municipal identificar inconsistências no atendimento prestado pela organização social à população. “No dia 21 o Gerir nos informou oficialmente que não havia condições financeiras de manter o contrato, que se encerraria no fim de agosto, e nos deu prazo de 48 horas para a troca do comando”, disse o secretário de Justiça Airton Trevisan, presente na coletiva.
 
A escolha das duas organizações sociais se deu após a consulta de condições técnicas e preços a várias entidades de São Paulo e de outros estados brasileiros. A decisão, comunicada ao Conselho Municipal de Saúde nesta quarta-feira, se deu a partir de uma análise das condições e pelos valores apresentados, compatíveis com os reservados pela Prefeitura para os dois hospitais municipais. Pela gestão do HMU, a Santa Casa irá receber R$ 4.450.000,00 por mês, enquanto o IDGT terá R$ 3.950.000,00 pela administração do HMCA.
 
“Com os problemas surgidos com o Gerir, a Prefeitura já trabalhava há tempos na procura de um substituto. Oito empresas apresentaram propostas para este trabalho emergencial”, apontou Trevisan. A secretária de Saúde, Ana Kantzos, disse que o chamamento para certame que contrataria outra organização social para substituir a Gerir após agosto foi retirado para que um novo seja apresentado. “Agora será uma OS para cada hospital, a partir de janeiro”, explicou. Ela disse, ainda, que profissionais da Secretaria da Saúde e dos novos gestores entraram os hospitais já às 20h de quarta, para que a transição, efetivada à meia-noite, não causasse problemas aos pacientes.
 
Convênio com o Gerir
A contratação do Gerir ocorreu em maio de 2017, devido ao estado de calamidade em que se encontravam o HMU e o HMCA, além da Policlínica Paraventi, até então administrados pela Secretaria Municipal de Saúde, diante do caos financeiro que a atual gestão herdou do governo passado, com uma dívida estimada em R$ 7,4 bilhões, a maior do Estado de São Paulo. 
 
Os problemas na parceria surgiram, segundo o prefeito, quando o instituto solicitou pagamento maior do que o contratual por ter atendido mais pacientes do que o acordado. “Não podemos pagar o que não temos plena certeza de que foi feito. Para isso estamos fazendo auditorias. O que está no contrato foi pago integralmente à Gerir”, garantiu Guti.
 
O prefeito fez avaliação positiva do trabalho da Gerir no HMU e no HMCA. “Houve essa incompatibilidade financeira agora que acabou rompendo o contrato. Mas são inegáveis as melhorias nos dois hospitais. Basta ver os números. Melhoramos em 35 de 37 indicadores de saúde e diminuímos muito a taxa de mortalidade infantil. Dados não mentem e são públicos”.
 
“Continuamos acreditando que esse modelo de administração em parceria com organizações sociais é positivo”, afirmou a secretária Ana Kantzos.

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